Pacientes com dores musculoesqueléticas apresentam melhoras sintomáticas e poucos efeitos colaterais após o uso prolongado de maconha, de acordo com novos dados publicados no periódico científico Cureus.
Pesquisadores afiliados ao Instituto Ortopédico Rothman da Universidade Thomas Jefferson, na Filadélfia (EUA), avaliaram a segurança e a eficácia do uso prolongado de maconha em uma coorte de 129 pacientes com dor musculoesquelética. Os participantes do estudo estavam registrados no programa de acesso medicinal à maconha da Pensilvânia e foram avaliados por pelo menos um ano. Mais de três quartos dos participantes do estudo relataram usar pelo menos um tipo de produto de maconha diariamente, com a maioria (64%) optando por usar formulações tópicas.
Em consonância com estudos anteriores, a maioria (93%) dos pacientes com dor afirmou que a maconha melhorou seus sintomas primários. Os efeitos cognitivos e motores foram mínimos para a maioria dos usuários, com 72% relatando “nenhum impacto” em seu pensamento, coordenação ou funções motoras.
Cerca de 40% dos participantes do estudo reconheceram que reduziram o uso de analgésicos tradicionais, incluindo opioides, após o início do uso de maconha — uma descoberta que também é consistente com outros estudos.
“O uso prolongado de maconha é uma opção estável e bem tolerada para o tratamento da dor musculoesquelética crônica, com alta eficácia relatada pelos pacientes e impacto cognitivo mínimo”, concluíram os autores do estudo. “Essas descobertas corroboram seu papel no tratamento da dor, ao mesmo tempo em que destacam a necessidade de mais pesquisas sobre a dosagem ideal e a segurança a longo prazo”.
De acordo com dados publicados no ano passado no Journal of Cannabis Research, mais de um em cada cinco pacientes com dor musculoesquelética crônica que vivem em lugares legalizados reconhece ter experimentado maconha para controlar a dor dos sintomas, com mais de 90% deles descrevendo-a como eficaz.
Referência de texto: NORML
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