por DaBoa Brasil | abr 5, 2025 | Cultivo
A fertilização excessiva (superfertilização ou overfert) da maconha pode causar acúmulo de sal no solo, danificando as raízes e prejudicando o crescimento da planta. No post de hoje você vai aprender como identificar, tratar e prevenir esse problema seguindo um plano de fertilização adequado, mantendo um pH equilibrado e melhorando a saúde do solo.
Cultivar plantas de maconha saudáveis requer um bom equilíbrio de nutrientes. Mas às vezes é muito fácil cair no erro de fertilizar demais as plantas, especialmente para cultivadores iniciantes.
Quando as plantas recebem mais nutrientes do que conseguem absorver, seu crescimento é atrofiado, os nutrientes ficam retidos e os rendimentos são reduzidos. Entender as causas desse problema e como evitá-lo é crucial para cultivar maconha com sucesso.
O que é superfertilização e por que ela é um problema?
A superfertilização da maconha ocorre após a aplicação de quantidades excessivas de um fertilizante sintético. Isso causa o acúmulo de sais iônicos no solo ou no substrato hidropônico, o que por sua vez causa danos às raízes e atrofia o crescimento das plantas.
As plantas de maconha requerem uma série de macronutrientes e micronutrientes para desempenhar suas funções fisiológicas. No entanto, a demanda por esses nutrientes varia dependendo do estágio de crescimento.
Embora aplicar muito pouco de um nutriente possa causar problemas, aplicar muito também pode afetar negativamente a saúde, o crescimento e a produtividade da planta.
Qual é a diferença entre superfertilização e queima de nutrientes?
Os termos superfertilização e queima de nutrientes são frequentemente usados de forma intercambiável e incorreta entre os cultivadores de maconha. Embora intimamente relacionados, esses dois problemas são distintos e têm características únicas.
A superfertilização geralmente ocorre em períodos mais longos e é resultado de fertilização desequilibrada. Por exemplo, se você aplicar regularmente grandes quantidades de nitrogênio sintético, sais podem se acumular no substrato.
Esse acúmulo pode causar problemas de pH e absorção de nutrientes, fazendo com que as plantas apresentem sinais de toxicidade, como folhas excessivamente verde-escuras, crescimento atrofiado, murcha e enrolamento das folhas.
A queima de nutrientes, por outro lado, é um problema mais sério, que ocorre após a aplicação repentina de grandes quantidades de fertilizantes sintéticos. Essa “overdose” causa danos diretos à folhagem da planta, muitas vezes fazendo com que as folhas fiquem amarelas, marrons ou secas e queimadas.
|
Excesso de fertilização |
Queimaduras de nutrientes |
Causa |
Superfertilização crônica |
Overdose aguda de nutrientes |
Níveis de pH e CE |
Desequilibrado |
Geralmente muito alto |
Sintomas |
Crescimento atrofiado, acumulação de sal |
As pontas das folhas ficam marrons |
Solução |
Lave as raízes, adubação correta |
Reduza os nutrientes, lave as raízes |
Causas mais comuns de superfertilização de maconha
Aplicar uma quantidade excessiva de um determinado fertilizante é a principal causa da fertilização excessiva da maconha. No entanto, a causa desse problema depende de uma série de variáveis.
Conhecer esses fatores ajudará você a saber onde errou caso perceba esse problema em sua plantação.
Quantidade excessiva de fertilizante
Muitos cultivadores iniciantes acreditam erroneamente que quanto mais fertilizante derem às suas plantas, mais rápido e fortes elas crescerão e mais produtivas serão. E embora seja verdade que os fertilizantes estimulam o crescimento das plantas, níveis excessivos fazem mais mal do que bem.
Aplicar muito fertilizante no solo pode ocorrer por vários motivos, incluindo simplesmente excesso de entusiasmo por parte de novatos. Também pode ser devido a erros, como confusão com as instruções do fertilizante ou uso de fertilizante concentrado sem diluí-lo antes de aplicá-lo.
Fertilização inadequada de acordo com a fase vegetativa
A fertilização excessiva da maconha também pode ocorrer ao aplicar o que seria uma quantidade saudável de fertilizante no estágio errado do cultivo. Por exemplo, a dose de nitrogênio necessária para promover o crescimento durante a fase vegetativa resultará em fertilização excessiva se você aplicá-la durante a fase de muda ou floração.
Aqui está um guia geral para fertilização em cada estágio do cultivo:
Fase |
N (Nitrogênio) |
P (Fósforo) |
K (Potássio) |
|
Muda |
Baixo |
Baixo |
Baixo |
Aplique apenas água com pH balanceado para evitar queimar as raízes |
Vegetativa |
Alto |
Médio |
Médio |
Altos níveis de N promovem o crescimento das folhas |
Floração |
Baixo |
Alto |
Alto |
Altos níveis de P e K favorecem o desenvolvimento das flores |
Fim da floração |
Nulo |
Nulo |
Nulo |
Pare de aplicar fertilizante para fazer a limpeza das raízes |
Má gestão do pH e da EC
Os níveis de pH e condutividade elétrica (CE ou EC) desempenham um papel crucial na absorção de nutrientes. Quando o valor do pH ou da EC não é adequado, pode ocorrer fertilização excessiva, causando bloqueio ou absorção excessiva de nutrientes.
Se o pH estiver muito alto ou muito baixo, alguns nutrientes ficarão indisponíveis para as plantas, levando os cultivadores a adicionar mais fertilizante desnecessariamente. Mas enquanto alguns nutrientes permanecem bloqueados, as plantas podem absorver em excesso aqueles que permanecem disponíveis.
Por outro lado, altos níveis de EC indicam um excesso de sais dissolvidos, o que pode causar condições tóxicas para as raízes, agravando ainda mais os desequilíbrios de nutrientes. Medir regularmente os níveis de pH e CE e corrigi-los se necessário ajuda a prevenir a fertilização excessiva antes que ela se torne um problema.
Para controlar o pH, use um medidor de pH. Use produtos para aumentar e diminuir o pH até atingir o ponto ideal para seu substrato.
Substrato |
pH ideal |
EC ideal |
Terra |
6,0-7,0 |
1,2-2,0 |
Hidroponia |
5,5-6,5 |
1,0-2,0 |
Meça a EC com precisão usando um medidor digital. Para ajustar a EC, dilua com água pura quando os níveis estiverem muito altos ou adicione fertilizante quando os níveis estiverem muito baixos.
Fase de cultivo |
EC em terra (mS/cm) |
EC em hidroponia (mS/cm) |
Muda/estaca |
0,6-1,0 |
0,4-0,8 |
Fase vegetativa |
1,2-1,8 |
1,0-1,6 |
Início da floração |
1,4-2,0 |
1,6-2,0 |
Floração média |
1.6-2.2 |
1,8-2,2 |
Fim da floração (limpeza das raízes) |
0,6-1,2 |
0,6-1,0 |
Problemas com fertilizantes sintéticos em comparação com os orgânicos
Embora os fertilizantes sintéticos atuem mais rapidamente no solo para atingir os resultados desejados, se usados incorretamente, é muito mais provável que causem sintomas de fertilização excessiva.
Como são aplicados na forma de sais iônicos, são absorvidos quase instantaneamente pelas raízes das plantas. Isso oferece certas vantagens, como resolver rapidamente uma deficiência nutricional. No entanto, aplicar muito fertilizante sintético (mesmo que seja apenas um pouco acima da dose adequada) força as plantas a absorver mais nutrientes do que conseguem processar.
Além disso, os fertilizantes sintéticos alteram o equilíbrio natural do solo. Eles irritam, danificam e até matam organismos benéficos, como minhocas, bactérias e fungos, que são responsáveis pela formação da estrutura do solo e do ciclo natural de nutrientes.
Entretanto, quando fertilizantes orgânicos são aplicados ao solo, eles não ficam imediatamente disponíveis para as plantas. Eles devem primeiro ser decompostos por organismos benéficos que fazem parte da cadeia alimentar do solo. Isso não apenas aumenta a qualidade e a fertilidade do solo ao longo do tempo, mas, ao liberar nutrientes em um ritmo mais lento, o risco de fertilização excessiva é praticamente eliminado.
Sempre que possível, utilize fertilizantes orgânicos. Algumas opções eficazes incluem fertilizantes líquidos à base de algas, emulsão de peixe e preparações da Agricultura Natural Coreana (KNF).
Como identificar a superfertilização em suas plantas de maconha
As plantas de maconha podem apresentar muitos sintomas diferentes por muitos motivos diferentes. Então, como você pode distinguir os sinais de fertilização excessiva dos sintomas causados por pragas, doenças e deficiências de nutrientes? Aprenda abaixo como identificar a superfertilização na maconha.
Sintomas de superfertilização na maconha
Os principais sinais incluem:
Folhas enroladas: muito nitrogênio pode fazer com que as folhas se enrolem para baixo, parecendo garras.
Folhas muito verde-escuras: o excesso de nitrogênio faz com que as folhas da maconha fiquem muito verde-escuras, além de brilhantes e cerosas.
Manchas de bronze: muito fósforo no solo pode fazer com que as folhas fiquem amarelas, com possíveis manchas de bronze.
Manchas marrons: após a aplicação de muito potássio, as folhas de maconha em leque geralmente desenvolvem manchas marrons e bordas carbonizadas.
Crescimento atrofiado: ao afetar os processos da planta e danificar a folhagem, a fertilização excessiva atrofia o crescimento da planta e reduz a produtividade.
Queda de folhas: em casos extremos, a fertilização excessiva por um período prolongado pode danificar as folhas e fazer com que elas caiam da planta.
Mudanças na cor das raízes: em sistemas hidropônicos onde as raízes são visíveis, você as verá ficando marrons e pretas em casos de fertilização excessiva.
O papel do pH e da EC no diagnóstico
Como mencionado, tanto o pH quanto a EC podem servir como indicadores de fertilização excessiva da maconha. Siga os passos abaixo para descobrir os valores de pH e CE e compare-os com a tabela acima.
Coletar a amostra
Para começar, você precisará coletar uma amostra de escoamento. Se for cultivar no solo, pegue uma pitada de solo (cerca de 3 cm abaixo da superfície, perto das raízes) e dilua com água destilada na proporção de 1:1. Se você cultiva hidroponicamente, basta coletar uma amostra diretamente do reservatório.
Medir o pH
Siga estes passos simples para saber o pH:
1- Calibre seu medidor de pH.
2- Insira o medidor na amostra.
3- Anote o valor que aparece no medidor.
4- Aplique produtos para aumentar ou diminuir o pH, conforme necessário.
Medindo EC
Para medir a EC, etapas semelhantes devem ser seguidas:
1- Calibre seu medidor de condutividade.
2- Insira a extremidade inferior do medidor na amostra.
3- Anote o valor que aparece no medidor.
4- Adicione nutrientes ou dilua a solução hidropônica conforme apropriado.
Como corrigir a fertilização excessiva na maconha: um guia passo a passo
Depois de detectar os sintomas de fertilização excessiva e fazer um diagnóstico adequado, você precisará tomar medidas para restaurar o equilíbrio do seu solo ou substrato hidropônico. Siga os passos abaixo para solucionar o problema.
Passo 1: faça uma lavagem da raiz
O primeiro passo é lavar as raízes. Isso consiste simplesmente em despejar grandes quantidades de água no substrato para eliminar o excesso de sais.
Para que a lavagem das raízes seja eficaz, você precisará aplicar três vezes a quantidade de água (com pH ajustado) correspondente ao tamanho do vaso. Por exemplo, se você tiver um vaso de 10 litros, será necessário adicionar gradualmente 30 litros de água, após ajustar o pH para 6,0.
Etapa 2: transplante
Às vezes, a lavagem das raízes não é suficiente para remover as grandes quantidades de sais acumulados no solo. Se os sintomas de fertilização excessiva persistirem, você precisará replantar a planta.
Ao fazer isso, use solo novo e não fertilizado. Corrija seu plano de fertilização e siga as dosagens recomendadas para os produtos que você escolher.
Etapa 3: Use enzimas e microrganismos para restaurar o solo
Microrganismos benéficos podem ajudar o solo a se recuperar do acúmulo de sal. Por exemplo, a aplicação de bactérias lácticas pode ajudar a decompor o excesso de nutrientes no solo.
Você também pode aplicar produtos à base de plantas para limpar o solo. O extrato de Aloe vera, por exemplo, pode ajudar a acelerar o metabolismo das plantas, fazendo com que elas consumam o excesso de nutrientes mais rapidamente.
Por fim, você pode usar fungos micorrízicos para ajudar as plantas a se recuperarem depois que os problemas do solo forem resolvidos. Esses microrganismos benéficos unem forças com as raízes das plantas, ajudando-as a regular a absorção de nutrientes.
Como evitar a fertilização excessiva no futuro
Depois de corrigir a fertilização excessiva da sua cannabis, há várias medidas que você pode tomar para evitar enfrentar esse problema novamente no futuro. Confira as dicas preventivas a seguir para manter suas plantas saudáveis e produtivas.
Siga um plano de fertilização correto e dosagem adequada
A principal medida para evitar a fertilização excessiva não irá surpreendê-lo: consiste simplesmente em não adicionar muito fertilizante ao substrato!
Embora isso nem sempre seja tão fácil quanto parece, seguir as instruções do produto ajudará você a permanecer dentro dos limites seguros. Para cultivadores iniciantes, é recomendado começar aplicando apenas 50% da dosagem recomendada antes de fazer ajustes. Veja a tabela a seguir para referência geral:
Semana |
Nitrogênio (N) |
Fósforo (P) |
Potássio (K) |
1–2 (muda) |
Baixo |
Baixo |
Baixo |
3–5 (vegetativo) |
Alto |
Médio |
Médio |
6–8 (pré-floração) |
Médio |
Alto |
Alto |
9–12 (floração) |
Baixo |
Alto |
Alto |
O melhor solo para absorção equilibrada de nutrientes
Usar solo saudável, rico em microrganismos benéficos, reduz as chances de fertilização excessiva. Enriquecer o solo adicionando matéria orgânica (como composto e húmus de minhoca) melhorará sua estrutura e capacidade de retenção de nutrientes.
Mas não termina aí. Você também pode aplicar probióticos (como bactérias do ácido láctico) ao solo para ajudar a quebrar lentamente os nutrientes da matéria orgânica e fertilizantes líquidos, como fertilizantes à base de algas marinhas e emulsão de peixe.
Em vez de saturar constantemente o solo com sais sintéticos, o uso desses métodos holísticos melhora a saúde do solo e das plantas ao longo do tempo, minimizando a fertilização excessiva.
Verifique o pH e a EC periodicamente
Meça o pH e a EC com frequência para evitar fertilização excessiva. Monitore essas variáveis semanalmente, pois detectar flutuações precocemente permitirá que você aja rapidamente e implemente medidas antes que os sintomas comecem a aparecer.
Mantenha a saúde da sua planta de maconha com fertilização adequada
Entender o que é fertilização excessiva e saber como controlá-la permitirá que você cultive plantas mais saudáveis e produtivas. O segredo é seguir um plano de fertilização equilibrado, controlar o pH e a EC e usar solo e fertilizantes de qualidade. Siga estas dicas para garantir que suas plantas de maconha produzam as melhores colheitas possíveis!
Leia também:
Referência de texto: Royal Queen
por DaBoa Brasil | jan 6, 2024 | Cultivo
Muitas vezes os cultivos de maconha não dão o resultado esperado. São inúmeros os problemas que podem surgir, desde pragas e fungos, até alguns problemas criados por nós mesmos, como a fertilização excessiva (superfertilização ou overfert) das plantas.
Como o próprio nome sugere, trata-se de uma superfertilização criada pelo excesso de fertilizante. Em casos leves, a planta pode sofrer danos como queimaduras ou desenvolvimento lento. Em casos graves, pode até levar à morte da planta.
Se você colher uma planta fertilizada excessivamente, o pior ainda pode estar por vir. Seu sabor não será agradável, pois sentirá o gosto ao queimar seu baseado devido ao excesso de potássio. Também irá coçar a garganta devido ao excesso de nitrogênio. E, em última análise, geralmente causará uma experiência ruim.
Uma das soluções é fazer uma cura longa, confiando que o tempo de descanso permitirá a degradação de certos nutrientes, mas nem todos o farão e será sempre uma colheita superfertilizada.
Como prevenir a superfertilização no cultivo de maconha
Para evitar a fertilização excessiva nas plantas, o ideal é conhecer as necessidades da variedade que está sendo cultivada. Às vezes isso não é fácil, mas outras vezes é, como se, por exemplo, estiver cultivando um clone que alguém deu. Você sempre pode pesquisar mais e tentar descobrir sobre a variedade que vai cultivar. Se é muito tolerante a fertilizantes. Ou se, pelo contrário, é uma variedade delicada que requer uma alimentação suave.
Em geral, a cannabis é uma espécie que consome grande quantidade de nutrientes, tanto na fase de crescimento (vegetação) como na fase de floração.
Mas sempre há variedades que são mais delicadas e propensas à superfertilização do que outras. E como citado, saber antecipadamente se a sua planta se trata de uma variedade ‘gulosa’ ou de uma variedade delicada te ajudará a adaptar as doses de fertilizantes de acordo com suas necessidades. Além disso, as necessidades de uma planta pequena de 30 cm, por exemplo, não são iguais às necessidades de uma planta de 2 metros.
Por isso na utilização de fertilizantes, além de se orientar sempre pelas doses indicadas pelo fabricante, também é preciso levar em consideração o estado geral do cultivo.
A aplicação das doses máximas indicadas a uma planta pequena resultará muito provavelmente em uma superfertilização.
Por isso, é sempre importante começar com doses menores que as indicadas pelo fabricante. Os excessos são sempre piores que as carências. Se a planta começar a amarelar por falta de nutrientes, aumentará a dose e ela recuperará imediatamente a cor verde habitual.
Também é importante observar a aparência das folhas. Se estas ficarem com uma cor verde muito escura, ou se suas pontas e bordas começarem a queimar, então diminua um pouco as doses de fertilizante, pois pode estar no limite de nutrientes.
Lembre-se em caso de fertilização excessiva em suas plantas de maconha:
– Combinação de fertilizantes: a coisa mais fácil quando alguém começa a cultivar maconha é optar por uma única marca de fertilizante. A razão é simples. Os fabricantes realizam testes de cultivo para encontrar a melhor combinação possível de nutrientes, normalmente com um ou vários nutrientes de base e uma série de aditivos que irão reforçar a dieta em momentos específicos. Os aditivos incluem estimuladores de raízes, crescimento e floração, intensificadores de floração, etc. Quando substituir algum deles por outro de fabricante diferente, ou adicionar mais de um de cada vez, poderá estar privando a planta das concentrações ótimas de algum nutriente, ou a concentração de outro pode ser excessiva.
– Rega escassa: à medida que as plantas consomem a água disponível no substrato, a concentração de nutrientes aumenta. E em substratos que perderam quase todo o seu conteúdo de água, certos nutrientes podem cristalizar. Isso normalmente causa um aumento na eletrocondutividade (EC ou CE) que não permite a absorção de nutrientes, de modo que o excesso eventualmente se comporta como uma deficiência.
– Abuso de estimuladores ou potencializadores: principalmente os de crescimento, geralmente com alto teor de nitrogênio, e os de floração com altas concentrações de fósforo e potássio, são as principais causas da superfertilização. É verdade que se tornam essenciais, mas o abuso trará efeitos negativos nos momentos mais cruciais. A sua utilização tem que ser sempre moderada e com aumento gradual, começando com pequenas quantidades e aumentando em sucessivas regas e semanas.
O que fazer em caso de superfertilização nas plantas de maconha
Como já foi citado, a superfertilização nos cultivos é consequência do excesso de nutrientes. E chegará um momento em que a planta não conseguirá mais assimilar esses nutrientes. Existem basicamente duas soluções que levam em conta o grau de fertilização excessiva.
Se isto for moderado, pode ser suficiente reduzir as doses de fertilizantes ou espaçá-las. Se fertilizar suas plantas a cada 3 dias, passará a fertilizar a cada 5 dias, por exemplo.
Regas mais abundantes também devem ser feitas. Se tentar drenar 5-10% do total de água utilizada, os sais acumulados no substrato serão levados embora.
Se a superfertilização for severa, a melhor opção é fazer uma boa lavagem das raízes (flush). Isso deixará o substrato completamente inerte ou livre de nutrientes. Para isso use pelo menos três vezes a quantidade de água que o vaso tem capacidade. Se o vaso tiver 10 litros, 30 litros de água serão suficientes.
Depois disso, com substrato sem nenhum tipo de nutriente, será necessário irrigar com baixas doses de nutrientes: a planta continuará atendendo às suas necessidades nutricionais.
Mas você deve sempre ter em mente que lavar as raízes é estressante para as plantas. E a maconha não gosta de substratos encharcados. Lavar é apenas uma medida que deve ser tomada em último caso.
Às vezes é mais contraproducente do que benéfico. Quando uma planta é tão afetada pela superfertilização, esta pode ser a única maneira de salvá-la.
Regularmente, é sempre um bom hábito medir a EC da água drenada com um medidor. Assim é possível ter uma ideia do que está acontecendo no substrato.
Se os valores ultrapassarem 2,2 mS, a superfertilização pode estar prestes a ocorrer devido aos nutrientes acumulados. Neste caso, regue com mais abundância para eliminar esse excesso de sais nutricionais e devolver o substrato a valores mais ideais.
A importância do pH na superfertilização das plantas
O fato de uma planta não ser capaz de assimilar os nutrientes do substrato pode ser devido a vários motivos. Ou, como já citado, está fertilizando demais. Ou pode ser que a variedade em questão não necessite das doses de fertilizantes que está adicionando.
Mas também pode ser devido a um pH mal regulado. Por isso, deve-se garantir que durante o cultivo o pH esteja em torno de 6,0. Na floração aumente para 6,5.
Desta forma garantirá que todos os nutrientes estejam dentro da faixa de assimilação. Acima ou abaixo desses valores, a planta terá dificuldade em assimilar determinados nutrientes. Caso contrário, poderá fertilizar sem que a planta seja alimentada corretamente, criando um excesso de nutrientes no substrato.
Muitas vezes uma boa saída é fazer um super solo orgânico com os nutrientes necessários para o ciclo de vida de sua planta. Não é difícil e você pode ter um melhor controle para não acabar superfetilizando suas plantas. Para aprender a fazer sua própria mistura de solo, é só clicar aqui.
Para mais informações sobre superfertilização ou overfert, clique aqui e aqui.
Referência de texto: La Marihuana
por DaBoa Brasil | abr 18, 2020 | Cultivo
Um dos maiores erros cometidos no cultivo de maconha é fertilizar mais do que as necessidades de uma planta, o que geralmente chamamos de superfertilização, ou overfert. A cannabis é uma espécie que consome grandes quantidades de nutrientes, mas, como acontece conosco, as obstruções têm efeitos indesejados. Nós conseguimos recuperar em pouco tempo, mas as plantas podem ser afetadas pelo restante do ciclo.
Quando um cultivador obtém a experiência adquirida com o cultivo, será realmente fácil ver o estado geral da planta para saber se precisa de nutrientes ou, pelo contrário, mostra sintomas dos nutrientes fornecidos em demasia. O maior problema surge quando decide cultivar pela primeira vez, adquire um bom estoque de fertilizantes e aditivos, mas realmente não sabe quando usá-los ou como usá-los.
Todos os fabricantes de fertilizantes oferecem tabelas de cultivo com a melhor combinação de seus produtos em cada fase e as doses de cada um para alcançar os melhores resultados. Mas essas doses são sempre indicativas, pois pode haver muita diferença nas demandas nutricionais entre diferentes variedades e até na mesma variedade, dependendo do seu desenvolvimento.
COMO EVITAR A SUPERFERTILIZAÇÃO?
A primeira coisa, como sempre, é começar o cultivo com um bom substrato. E um bom substrato não é aquele que possui mais ou menos quantidades de nutrientes, mas, acima de tudo, permite que as raízes se desenvolvam confortavelmente. Um substrato dos chamados “light” tem uma baixa quantidade de nutrientes, aproximadamente por uma ou duas semanas, no máximo. Os chamados completos, ou “all”, têm uma maior concentração de nutrientes, normalmente por um período mínimo de quatro semanas.
De qualquer forma, vamos fertilizar apenas quando esse tempo tiver passado. Podemos usar outros tipos de produtos, como enraizadores, mas não nutrientes básicos, porque já forneceremos mais nutrientes do que o necessário. É normal que uma muda pequena diminua seu crescimento, mas é um erro sério pensar que é devido à falta de nutrientes se o substrato que usamos é um substrato de qualidade.
Perda da cor verde habitual
Quando vemos que as folhas mais antigas das plantas começam a perder o verde habitual em favor de uma cor mais amarelada, é quando devemos começar a usar os fertilizantes ou transplantá-los para um vaso com maior capacidade. E voltando ao que foi discutido anteriormente, não vamos fertilizar até depois de 1 a 4 semanas, dependendo do substrato usado.
Também é importante, desde o primeiro momento, medir o pH da água de rega e regulá-lo se for necessário. Em uma faixa de pH entre 6,0 e 7,0, a planta não terá dificuldade em assimilar os nutrientes disponíveis no substrato. Acima ou abaixo desses valores, a planta mostrará dificuldades em assimilar certos nutrientes ou não assimilá-los diretamente. O que a princípio pode parecer uma carência, nos levará a fertilizar, carregando o substrato com alguns nutrientes que a planta continuará sem assimilar e outros que causarão um excesso.
Sempre que começarmos a usar fertilizantes líquidos, começaremos com metade da dose recomendada. E aumentaremos cada vez que tivermos que fertilizar até que a planta o admita, atingindo as doses máximas recomendadas pelo fabricante. Pode ser o caso, como dissemos no início, que uma planta com uma dose máxima mostre princípios de superfertilização. E, enquanto outra planta com a mesma dose não. Acima de tudo, as pontas e bordas das folhas devem ser monitoradas. Se elas começarem a queimar, reduziremos um pouco a dose de fertilizante sem tomar nenhuma outra ação.
Leia também:
Pesquisa: La Marihuana
por DaBoa Brasil | fev 25, 2020 | Cultivo
Um excesso de nutrientes, ou superfertilização (overfert), ocorre quando alimentamos demais uma planta. O mesmo acontece conosco se comermos em excesso, podendo sofrer náusea, vômito, azia ou dor de estômago… As plantas logicamente não sofrerão os mesmos sintomas e as consequências podem ser piores, sabendo que podemos nos recuperar em pouco tempo e elas não podem.
QUAIS OS SINTOMAS DE UM EXCESSO DE NUTRIENTES?
Os sintomas, em princípio, são fáceis de detectar no caso dos excessos de nutrientes mais comuns que são os dos macronutrientes, como nitrogênio, fósforo e potássio. Geralmente, são sempre deficiências causadas por excesso de fertilizantes de crescimento ou floração, além dos intensificadores típicos com altas quantidades de fósforo e potássio. A cor das folhas fica mais escura e gradualmente se tornam mais flácidas. As pontas das folhas ficam dobradas para baixo e as queimaduras aparecem nas bordas e nas próprias pontas.
Além disso, pode haver casos de excesso de nutrientes específicos que valem a pena comentar individualmente.
- Excesso de nitrogênio: as folhas ficam de cor verde escura e macia. Os caules também enfraquecem e podem acabar dobrando. Em superfertilizações graves, as folhas ficam marrom acobreadas antes de secar e cair. O crescimento das raízes fica lento e até diminui. Na floração, as flores se tornam menores e, em geral, a planta fica mais suscetível ao ataque de fungos e pragas.
- Excesso de fósforo: as plantas de cannabis toleram grandes quantidades desse nutriente durante todo o ciclo e os excessos podem levar semanas para aparecer. Os sintomas de carência de zinco, ferro, magnésio, cálcio ou cobre, geralmente indicam excesso de fósforo, pois interferem na absorção de todos eles.
- Excesso de potássio: é uma deficiência complicada de detectar, pois, por sua vez, geralmente aparece ao lado de sintomas de deficiências de magnésio, manganês, zinco ou ferro. Quando surgirem deficiências de qualquer um desses nutrientes, é aconselhável pensar em um possível excesso de potássio.
- Excesso de cálcio: o excesso de cálcio geralmente ocorre quando é usada água dura na rega, com um alto teor de cálcio. A planta murcha e aparecem deficiências de outros nutrientes que a planta não pode assimilar, como potássio, magnésio, manganês e ferro.
- Excesso de magnésio: geralmente não é um nutriente que causa excesso. Se o limite de toxicidade for atingido, os íons de magnésio entram em conflito com os íons de cálcio causando obstrução.
- Excesso de enxofre: não é um nutriente que causa problemas; portanto, a menos que um produto com altas doses de enxofre seja usado, é muito raro. Quando isso ocorre, as plantas crescem mais lentamente, com folhas menores e uma cor verde mais intensa. Em casos graves, ocorrem queimaduras nas pontas e nas bordas das folhas.
- Excesso de ferro: é outro nutriente que geralmente causa problemas, além de que um excesso não prejudica a planta, mas pode limitar a assimilação de fósforo. Nos casos de intoxicação, pequenas manchas marrons escuras aparecem nas folhas.
- Excesso de boro: as pontas das folhas ficam amarelas. À medida que o excesso de boro avança, as bordas secam até a folha finalmente cair. Normalmente, excessos desse nutriente são causados pelo uso de produtos fitossanitários com ácido bórico.
- Excesso de zinco: é um elemento muito tóxico que, quando em doses excessivas, causa a morte da planta em um tempo muito curto. Um excesso de zinco interfere na mobilidade do ferro.
- Excesso de manganês: é muito mais comum em ambientes fechados do que no exterior. O crescimento das plantas diminui e perde vigor. Também ocorrem manchas alaranjadas/marrons escuras, primeiro nas mais jovens e depois nas mais velhas.
- Excesso de cloro: as pontas e as bordas das folhas mais jovens ficam queimadas, avançando rapidamente para as mais velhas. Plantas e mudas jovens são as mais suscetíveis a sofrer excessos desse nutriente. Normalmente, seus excessos estão associados a uma água da torneira sem descanso.
- Excesso de cobre: é um nutriente mortal em grandes quantidades. Os excessos incluem sinais de deficiência de ferro, o crescimento diminui e as raízes ficam atrofiadas. Geralmente não há casos, mas ainda é comum quando se usa tratamentos fitossanitários à base de cobre.
- Excesso de molibdênio: é um nutriente que geralmente não causa problemas durante o cultivo, e excessos e deficiências são raros. Causa deficiências de ferro e cobre.
- Excesso de cobalto: pouco frequente, uma vez que dificilmente é considerado necessário para o crescimento da maconha e suas concentrações em qualquer fertilizante são mínimas. Em caso de toxicidade, ocorrem problemas relacionados à assimilação de nitrogênio.
O QUE FAZER EM CASOS DE EXCESSO DE NUTRIENTES?
Quando vemos algum sintoma de excesso de nutrientes em uma de nossas plantas, a primeira coisa que faremos é não perder a calma. Quando se faz uma pesquisa, a coisa mais comum a se ler é que uma lavagem de raiz deve ser feita. Mas devemos ter em mente que uma irrigação de raízes não deixa de representar um estresse para a planta e pode reagir bem ou não tão bem. Uma lavagem das raízes deve ser feita apenas como último recurso.
Além disso, algumas deficiências como potássio, fósforo e zinco causam queimaduras nas folhas. Ou um excesso de irrigação faz com que as pontas das folhas se dobrem e se tornem fracas. Portanto, antes de agir, avaliaremos se estamos usando as doses corretas de fertilizantes e se elas são específicas ou pelo menos têm um NPK equilibrado para o cultivo de maconha.
Também é importante verificar o pH da água de rega, se possível, o pH da drenagem. Em um pH com um intervalo menor ou maior que o adequado, a planta terá dificuldade em assimilar certos nutrientes, mesmo que disponíveis. Podemos fertilizar mais e a planta não assimilará o que acabará por levar a um excesso de nutrientes no substrato.
Se valorizarmos o excesso de nutrientes como moderado, pararemos de fertilizar. E as seguintes regas, faremos apenas com água e com um pH bem equilibrado. Também é interessante que a irrigação seja abundante e que sais em excesso sejam expelidos do substrato por drenagem. Isso geralmente é suficiente sem ter que tomar outra série de medidas mais drásticas.
Se a superfertilização for grave, recorreríamos a uma boa lavagem das raízes. Vamos pensar que uma planta com excesso de nutrientes terá mais danos do que os visíveis nas folhas, como nas raízes, de modo que o alagamento prolongado não é o ideal, portanto é o último recurso. Para fazer isso, usaremos no mínimo o triplo da capacidade de água do vaso.
Leia também:
Fonte: La Marihuana
por DaBoa Brasil | out 27, 2018 | Cultivo
Muitas vezes, os cultivos de maconha medicinal não saem como esperado. Existem inúmeros problemas que podem ocorrer, desde pragas e fungos, até alguns produzidos por nós mesmos, como é o caso da fertilização excessiva. Como o próprio nome sugere, é uma superalimentação criada por um excesso de fertilizante. Em casos leves, a planta pode sofrer danos, como queimaduras ou desenvolvimento lento. Em casos graves, pode até levar à morte da planta.
No caso da colheita de uma planta superfertilizada, o pior ainda pode estar por chegar. Seu sabor não será bom, na combustão chiados como resultado do excesso de potássio, arranhões na garganta do excesso de nitrogênio e, por consequência, normalmente irá causar uma experiência ruim. Uma das soluções é fazer uma cura longa, confiando que o tempo de descanso sirva para que certos nutrientes sejam degradados, mas nem todos o farão e sempre será uma colheita superfertilizada.
Para evitar a superfertilização, o ideal seria conhecer as necessidades da variedade que está sendo cultivada. Isso às vezes não é fácil, mas em outras sim. Sempre pode se informar nos fóruns sobre a variedade que vai cultivar, se é muito tolerante a fertilizantes, ou se, pelo contrário, é uma variedade delicada que requer uma dieta leve. Em geral, a cannabis é uma espécie que consome muitos nutrientes, mas há sempre variedades mais propensas à superfertilização do que outras.
Também as necessidades de uma pequena planta de 30 cm não são as mesmas de uma de 2 metros. É por isso que quando os fertilizantes são usados, devemos sempre ser guiados pelas especificações do fabricante, mas também pelo estado geral do cultivo. Aplicar as doses máximas indicadas em uma planta pequena, o mais provável é que tudo o que consiga seja um overfert.
Portanto, é sempre importante começar com doses menores do que o indicado pelo fabricante. Os excessos são piores que as carências, e caso a planta comece a ficar amarelada, exigindo mais nutrientes, então vamos aumentar a dose e recuperar imediatamente sua coloração. Também é importante observar a aparência das folhas. Se eles virarem uma cor verde escura, ou suas pontas e bordas começarem a queimar, abaixe um pouco as doses de fertilizantes.
O que fazer em caso de superfertilização?
Como já dissemos, as superfertilizações são o resultado de um excesso de nutrientes que a planta não consegue assimilar. Principalmente existem duas soluções. Se o overfert for leve, seria suficiente reduzir as doses de fertilizantes ou espaçá-las. Se abonarmos a cada 3 dias, faça-o a cada 5. Você também deve fazer uma irrigação mais abundante em quantidade, sempre tentando drenar 5-10% da água total que usamos. Isso arrastará os sais acumulados no substrato.
Se o overfert é grave, a única opção é fazer uma boa lavagem de raízes, deixando o substrato completamente inerte. Para isso, usaremos três vezes a quantidade de água que o vaso tem. Se o vaso é de 10 litros, com 30 litros de água, seria suficiente. Depois disso, com um substrato sem qualquer tipo de nutriente, será necessário regar com baixas doses de nutrientes, pois a planta continuará com suas necessidades nutricionais.
Mas deve-se ter em mente que a lavagem das raízes é um estresse para as plantas, que já sabemos não gostar de substratos inundados. As lavagens são apenas uma última medida que deve ser adotada, pois às vezes é mais contraproducente do que benéfica. Quando uma planta é afetada por excesso de fertilização, pode ser a única maneira de salvá-la.
Regularmente, é sempre um bom hábito medir a EC da água de drenagem com um medidor. Isso nos dará uma ideia do que acontece no substrato. Se os valores excederem 2,2 mS, pode estar prestes a ocorrer uma superfertilização. Neste caso, realize regas mais abundantes para eliminar este excesso de sais nutritivos e para devolver ao substrato alguns valores mais corretos.
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