Um estudo feito na Universidade de Tel Aviv, em Israel, descobriu que o CBD sozinho não teve impacto no comportamento dos modelos animais. Por outro lado, o THC produziu “efeitos comportamentais e bioquímicos” iguais ou melhores.

Na última década, relatos sobre o uso de cannabis como tratamento para o transtorno do espectro do autismo (TEA) foram aclamados como controversos tanto pelos médicos tradicionais, quanto pelas mães e pais. No entanto, essa narrativa está começando a mudar. Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Tel Aviv diminuiu os sintomas de autismo em modelos animais usando óleo de maconha com THC, de acordo com um estudo publicado na revista Translational Psychiatry.

Shani Poleg, que liderou esta pesquisa, disse que a equipe descobriu que o óleo teve “um efeito favorável nos comportamentos compulsivos e ansiosos em modelos animais”.

“De acordo com a teoria prevalecente, o autismo envolve a superexcitação do cérebro, que causa comportamento compulsivo”, disse Poleg ao portal Israel 21c. “No laboratório, além dos resultados comportamentais, vimos uma diminuição significativa na concentração do neurotransmissor glutamato no fluido espinhal – o que pode explicar a redução dos sintomas comportamentais”.

“Observamos uma melhora significativa em testes comportamentais após tratamentos com óleo de cannabis contendo pequenas quantidades de THC”, disse Poleg, “e não observamos efeitos de longo prazo em testes cognitivos ou emocionais conduzidos um mês e meio após o início do tratamento”.

Os autores do estudo não ignoram a controvérsia de dar óleo de maconha a pessoas autistas, no entanto. Na verdade, eles mencionam que o uso de produtos de cannabis “levanta questões médicas e éticas”, uma vez que muitos pacientes são crianças. “Durante a infância e a adolescência, vários sistemas neurológicos, como os sistemas glutamatérgico, dopaminérgico e endocanabinoide, se reorganizam e amadurecem”, escrevem os autores. “Os dados mostram que alguns canabinoides, entre eles o THC, podem prejudicar o cérebro em desenvolvimento”.

Os autores do estudo continuam dizendo que “questionam a necessidade de altas doses de CBD em óleos de cannabis designados para aliviar os sintomas centrais (do transtorno do espectro do autismo) e sugerem que um óleo que contém doses relativamente pequenas de THC é preferível, devido a um efeito adicional plausível no comportamento social”.

Esta pesquisa vem na esteira de outras descobertas da Universidade Ben-Gurion de Negev e do Centro Médico da Universidade Soroka, de Israel, que mostraram que 80% dos pais de crianças autistas relataram melhora significativa ou moderada em seus filhos enquanto usavam óleos de cannabis ricos em CBD.

Referência de texto: Merry Jane

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