por DaBoa Brasil | mar 1, 2025 | Cultivo
Os cultivadores ao ar livre estão cada vez mais ansiosos pela colheita. E há poucas coisas que melhoram mais a qualidade da planta do que uma boa lavagem das raízes, também chamado de “flush”. A diferença entre buds com sabor excelente e outros com sabor mais forte que, como dizem, “arranha a garganta”, tem muito a ver com algo tão simples quanto lavar as raízes. No post de hoje você vai aprender por que, quando e como fazer isso.
POR QUE FAZER UMA LAVAGEM DE RAÍZES
O principal motivo é eliminar todos os nutrientes disponíveis no substrato. Dessa forma, a planta será forçada a consumir os nutrientes armazenados nas folhas. Depois de lavar as raízes, é normal que a planta comece a ficar amarela, sinal de que foi feita a coisa certa. E o resultado serão buds com sabor mais suave, pois quase não contêm nutrientes armazenados.
Alguns deles continuarão a se degradar durante a secagem e a cura. O nitrogênio, por exemplo, que está muito presente na clorofila, se degrada facilmente e, com o tempo, muda do verde típico da erva recém-cortada para uma cor mais opaca. Mas outros, como o potássio, não se decompõem tão facilmente. Um bud que “arranha” a garganta quando consumido após a secagem é devido a uma lavagem da raiz mal realizada.
QUANDO DEVE SER FEITO?
Obviamente, é preciso dar à planta tempo suficiente para forçá-la a consumir os nutrientes armazenados. Normalmente, a lavagem de 10 a 15 dias antes da colheita será suficiente. Dependerá muito também do tamanho do vaso ou recipiente, bem como do tamanho da planta. Não existe realmente nenhuma regra que garanta a melhor lavagem da raiz.
COMO FAZER UMA LAVAGEM DE RAÍZES
É algo muito simples e para o qual existe uma regra, que é usar pelo menos três vezes mais água do que a capacidade do vaso. Ou seja, para uma planta em um vaso de 10 litros, usará 30 litros de água para lavar.
Como na maioria dos casos é inevitável usar água da torneira não sedimentada, precisará de uma quantidade reservada de água sedimentada para usar no final da lavagem. Isso evitará que o cloro afete o substrato.
E começará despejando água no substrato como se estivéssemos regando. Comece devagar, dando tempo para que a água encharque todo o substrato sem deixar nenhuma área seca. A água começará a escorrer do vaso, escurecendo no início e depois clareando com o tempo.
Chegará um momento em que a água sairá quase cristalina. Mas continue adicionando três vezes mais água do que a capacidade do vaso. Uma vez finalizado e a partir desse momento até a colheita, não utilize nenhum tipo de fertilizante ou aditivo com macronutrientes.
UMA OPÇÃO PARA ECONOMIZAR ÁGUA
A água é barata, mas isso não significa que não podemos fazer a nossa parte para evitar o desperdício. Para lavagens de raízes, uma excelente opção são os produtos chamados “Flush”. Esses produtos dissolvem os sais acumulados no substrato e depois basta removê-los com regas abundantes e podem ser encontrados em lojas especializadas de cultivo e jardinagem.
Eles são usados como se fossem fertilizantes, adicionando-os à água de irrigação e regando a planta. Deixe o produto agir por alguns minutos antes de adicionar mais água para remover todo o excesso de nutrientes. Em vez de usar três vezes mais água do que falamos, você só precisará usar a mesma quantidade de água que a capacidade do vaso.
Referência de texto: La Marihuana
por DaBoa Brasil | set 30, 2024 | Ciências e tecnologia, Cultivo
A maneira como a maconha é manuseada após a colheita — especificamente, como a planta é seca— pode ter um impacto significativo na qualidade do final da erva, inclusive no que diz respeito à preservação de terpenos e tricomas, de acordo com dois estudos recém-publicados.
Os estudos, anunciados esta semana pela empresa de tecnologia Cannatrol — que produz o equipamento avaliado nos testes — concluíram que quando “a flor de cannabis é seca e curada em um ambiente com pressão de vapor estável, o produto final retém mais terpenos devido a menos tricomas rompidos”, de acordo com um comunicado à imprensa sobre as descobertas.
A pesquisa foi conduzida pela Cannabis Research Coalition, uma organização focada no cultivo de maconha e no processamento pós-colheita.
Acredita-se que os terpenos, que são produzidos pela maconha e muitas outras plantas, modulam a experiência com a cannabis e podem trabalhar em conjunto com os canabinoides para produzir o chamado “efeito entourage”. Enquanto isso, os tricomas são estruturas na flor que produzem terpenos, canabinoides e outros constituintes químicos da maconha.
Em média, a pesquisa recém-anunciada descobriu que as flores secas e curadas na máquina da Cannatrol, chamada Cool Cure, “forneciam em média 16% mais retenção de terpeno e melhor integridade de tricomas” em comparação com aquelas processadas no que o estudo chama de método “tradicional” (no cultivo indoor): uma sala com ar condicionado e um desumidificador portátil.
Basicamente, as conclusões parecem ser que um ambiente de secagem e cura mais estável e controlado protege melhor a integridade dos terpenos e tricomas.
O equipamento “causou menos descarboxilação de canabinoides e reteve 16% mais terpenos”, escreveu a autora Allison Justice, fundadora e CEO da Cannabis Research Coalition, em um dos novos estudos. A máquina “foi capaz de minimizar os picos ambientais e manter os pontos de ajuste muito mais apertados durante o processo de secagem. Acredita-se que pode haver mais fatores apoiando essa mudança significativa, como menos interrupção física na cutícula do tricoma”.
O segundo estudo focou mais em tricomas, especialmente na variação de cor — que explicou ser tipicamente o resultado do envelhecimento natural ou dano mecânico à planta. Os tricomas foram menos afetados quando processados no ambiente mais estável da empresa em comparação com a forma mais convencional.
“Propõe-se que oscilações variáveis de temperatura, umidade e pressão de vapor proporcionadas pela secagem tradicional levam a uma diferença significativa na cor dos tricomas”, conclui o segundo artigo da Justice.
“Essa senescência acelerada leva a uma maior volatilização de terpenos, degradação de canabinoides e uma cor mais marrom geral da flor”, escreveu. “Os resultados mostram que, ao secar com a tecnologia Vaportrol, as glândulas de tricomas são preservadas e não continuam a senescência, o que pode levar à perda de qualidade”.
Uma melhor preservação dos terpenos pode ajudar tanto os pacientes de maconha quanto os consumidores adultos. Do lado médico, os terpenos demonstraram ter alguns impactos benéficos à saúde por si só, e também podem interagir com canabinoides e outros produtos químicos para aumentar os efeitos terapêuticos. Do lado do usuário, os terpenos produzem muitos dos sabores e aromas de variedades específicas de maconha.
“Há muitos cultivadores legados cultivando boas flores, mas a chave é educar a comunidade sobre a verdadeira ciência por trás do processo de pós-colheita da cannabis”, disse David Sandelman, CTO e cofundador da Cannatrol, em um comunicado à imprensa. “A ciência prova que manter os níveis de pressão de vapor mantém os tricomas intactos e proporciona maior retenção de terpeno a cada colheita. Ao usar esses novos métodos na pós-colheita, os cultivadores podem criar consistentemente uma cannabis mais fumável, superior em sabor, aparência e efeito”.
Uma revisão científica separada revelada este mês por pesquisadores em Portugal descobriu que os terpenos podem de fato ser “influenciadores nos benefícios terapêuticos dos canabinoides”, embora por enquanto essa influência “permaneça não comprovada”.
No entanto, o artigo detalhou descobertas preliminares sobre os benefícios terapêuticos de terpenos individuais em uma série de doenças.
“Evidências exploratórias”, observa, citando estudos anteriores, “sugerem vários benefícios terapêuticos dos terpenos, como mirceno para relaxamento; linalol como auxílio para dormir, alívio da exaustão e estresse mental; D-limoneno como analgésico; cariofileno para tolerância ao frio e analgesia; valenceno para proteção da cartilagem, borneol para potencial antinociceptivo e anticonvulsivante; e eucaliptol para dor muscular”.
O estudo também reconhece, no entanto, que embora o mirceno “tenha demonstrado propriedades anti-inflamatórias topicamente”, parece que o terpeno não ofereceu nenhum efeito anti-inflamatório adicional quando combinado com o canabinoide CBD.
O estudo não se fixa no papel final dos terpenos no chamado efeito entourage. Os autores escreveram que o efeito entourage parece “plausível, particularmente quando se considera fitocanabinoides menores, monoterpenos, sesquiterpenos e sesquiterpenoides”.
Outro estudo, publicado no início deste ano no International Journal of Molecular Sciences, disse que a “interação complexa entre fitocanabinoides e sistemas biológicos oferece esperança para novas abordagens de tratamento”, potencialmente estabelecendo as bases para uma nova era de inovação na medicina da maconha.
“A planta Cannabis exibe um efeito chamado de ‘efeito entourage’, no qual as ações combinadas de terpenos e fitocanabinoides resultam em efeitos que excedem a soma de suas contribuições separadas”, descobriu o estudo. “Essa sinergia enfatiza o quão importante é considerar a planta inteira ao utilizar canabinoides medicinalmente, em vez de se concentrar apenas em canabinoides individuais”.
Um estudo financiado pelo governo dos EUA publicado em maio, enquanto isso, descobriu que os terpenos podem ser “terapêuticos potenciais para dor neuropática crônica”, descobrindo que uma dose dos compostos produziu uma redução “aproximadamente igual” nos marcadores de dor quando comparada a uma dose menor de morfina. Os terpenos também pareceram aumentar a eficácia da morfina quando administrados em combinação.
Ao contrário da morfina, no entanto, nenhum dos terpenos estudados produziu uma resposta de recompensa significativa, descobriu a pesquisa, indicando que “os terpenos podem ser analgésicos eficazes sem efeitos colaterais recompensadores ou disfóricos”.
Outro estudo publicado no início deste ano analisou as “interações colaborativas” entre canabinoides, terpenos, flavonoides e outras moléculas na planta, concluindo que uma melhor compreensão das relações de vários componentes químicos “é crucial para desvendar o potencial terapêutico completo da cannabis”.
Outra pesquisa recente financiada pelo National Institute on Drug Abuse (NIDA) dos EUA descobriu que um terpeno com cheiro cítrico na maconha, o D-limoneno, pode ajudar a aliviar a ansiedade e a paranoia associadas ao THC. Os pesquisadores disseram de forma semelhante que a descoberta pode ajudar a desbloquear o benefício terapêutico máximo do THC.
Um estudo separado no ano passado descobriu que produtos de cannabis com uma gama mais diversificada de canabinoides naturais produziam experiências psicoativas mais fortes em adultos, que também duravam mais do que o efeito gerado pelo THC isolado.
E um estudo de 2018 descobriu que pacientes que sofrem de epilepsia apresentam melhores resultados de saúde — com menos efeitos colaterais adversos — quando usam extratos de maconha full spectrum em comparação com produtos de CBD “purificados”.
Cientistas também descobriram no ano passado “compostos de cannabis não identificados anteriormente” chamados flavorizantes que eles acreditam serem responsáveis pelos aromas únicos de diferentes variedades de maconha. Anteriormente, muitos pensavam que os terpenos sozinhos eram responsáveis pelos vários cheiros produzidos pela planta.
Fenômenos semelhantes também estão começando a ser registrados em torno de plantas e fungos psicodélicos. Em março, por exemplo, pesquisadores publicaram descobertas mostrando que o uso de extrato de cogumelo psicodélico de espectro total teve um efeito mais poderoso do que a psilocibina sintetizada quimicamente. Eles disseram que as descobertas implicam que os cogumelos, como a maconha, demonstram um efeito de entourage.
Referência de texto: Marijuana Moment
por DaBoa Brasil | dez 3, 2023 | Cultivo
O que todo cultivador de maconha sempre deseja é o maior rendimento possível, independentemente da variedade cultivada.
Para muitos jardineiros a sua variedade preferida não é necessariamente a mais produtiva. Mas dentro das suas possibilidades, quanto mais você produzir, melhor.
E isso é lógico, pois, tratando-se do cultivo indoor, a partir do primeiro momento em que o começar o cultivo, o medidor de energia elétrica começará a aumentar sua tarifa. E se pagando o mesmo puder colher 400 gramas em vez de 300, a economia será importante porque em apenas três ciclos conseguirá produzir o que faria em quatro ciclos.
O maior gasto de um cultivo indoor corresponde à iluminação. Mas devemos acrescentar também todo o sistema de ventilação (extrator, intratrator e ventilador). E talvez até ar condicionado ou aquecedor.
O que queremos dizer é que a conta será a mesma quer você tenha uma planta ou dez plantas em uma tenda de cultivo de 100×100 cm.
No indoor nunca é aconselhável deixar espaços vazios entre as plantas, pois será um desperdício de luz que poderia estar sendo aproveitado.
Também é aconselhável que todas as plantas tenham a mesma altura. As plantas mais altas marcarão a distância em que poderá colocar a iluminação e se alguma estiver muito abaixo disso a produção será prejudicada pois não receberão a mesma quantidade ou qualidade de luz.
Então, levando tudo isso em conta, com que técnica de cultivo vai conseguir uma melhor produção?
Analisando técnicas de cultivo indoor: cultivo padrão a partir da semente
Esta seria a forma de cultivo tradicional. Podemos falar de colheitas de 3 meses. O primeiro mês é de crescimento (vegetação), tempo suficiente para as plantas atingirem cerca de 30 cm de altura. Os próximos dois meses seriam de floração.
Como já foi citado, é aconselhável não deixar espaços entre as plantas, portanto uma boa densidade seria de cerca de 9 plantas para cada m² de cultivo.
Se cultivar a mesma variedade, não terá muitos problemas e as plantas crescerão na mesma proporção e atingirão uma altura muito semelhante.
Inconvenientes: com este tipo de cultivo conseguirá uma produção incrível de cada planta. Mas, por outro lado, os galhos mais baixos competirão entre si por espaço, atrapalharão e não serão muito produtivos.
Realmente conseguirá um excelente apical de cada planta, uma boa produção dos galhos secundários mais altos próximos da luz e uma fraca produção nas zonas mais baixas.
Além disso, algumas variedades tornam-se incontroláveis devido ao seu crescimento excessivo. A única opção para o seu cultivo é uma das técnicas de cultivo mais populares.
Analizando técnicas de cultivo: SCROG
Um SCROG (Screen of Green) ou “tela verde” consiste em podar ou guiar uma ou mais plantas para limitar seu crescimento vertical e promover o crescimento horizontal.
Para isso, utiliza-se uma malha ou treliça a uma determinada altura das plantas que servirá de guia e suporte para os galhos.
Para um SCROG, geralmente são usadas poucas plantas em vasos grandes. O número de plantas pode ser muito variável e dependerá sempre do gosto do cultivador.
Com uma planta, logicamente demorará até três meses para cobrir um espaço de cultivo de 1 m². No entanto, com 4 plantas, a fase de crescimento pode durar apenas 6-7 semanas.
Inconvenientes: nem todas as variedades são adequadas para esta técnica. Geralmente, a genéticas com predominância Indica não se ramifica tão fortemente quanto as Sativas.
Algumas nem são recomendados para poda, pois demoram semanas para se recuperar. Sativas e híbridas são sempre as que terão melhor desempenho, além disso um SCROG servirá para controlar sua altura.
A maior desvantagem é a fase de crescimento, que como dizemos pode durar até três meses. Porque são 3 meses com todo o sistema funcionando 18 horas e o consumo de energia elétrica é o maior.
Analizando técnicas de cultivo: SOG
SOG (Sea of Green) ou “mar de verde” é uma técnica que só é possível a partir de clones. Uma planta cultivada a partir de sementes só florescerá depois de 4-5 semanas, ao contrário de uma muda que florescerá independentemente do tamanho.
Um SOG é basicamente uma colheita de muitos apicais. E deve ser plantada com no mínimo 36 plantas por m² de cultivo em vasos de 3 litros. Mas até 100 mudas podem ser cultivadas em vasos de 1 litro.
Não são necessários recipientes maiores, pois quase não há fase vegetativa e as raízes não terão tempo de se desenvolver muito.
O ideal é que os clones floridos não ultrapassem 40 cm de altura, portanto o fotoperíodo seria alterado assim que atingissem cerca de 15-20 cm dependendo da genética.
Para variedades Sativa, 20 cm pode ser excessivo, pois algumas podem multiplicar o seu tamanho por 5x. Para genéticas Indica pode ser muito pouco, já que algumas mal crescem quando começa a fase de transição.
Inconvenientes: um cultivo em SOG é muito rápido, pois a fase de crescimento dura apenas uma ou duas semanas. Mas, por outro lado, nem todos os cultivadores possuem uma área específica para enraizar tantas mudas.
Analizando técnicas de cultivo: Main-Lining
O main-lining é uma técnica que está na moda nos últimos anos, e com razão. Poderia ser considerada uma mistura de SOG e SCROG.
Consiste em modelar uma planta através de uma série de podas simétricas, que resultará em 8 ou 16 apicais crescendo na mesma proporção e sem ramos secundários ou baixos.
Por um lado, assemelha-se ao SCROG pela sua uniformidade, e por outro ao SOG pelo grande número de apicais que é possível conseguir por cada m² de cultivo.
Tanto o tipo de vaso quanto as variedades com melhor desempenho seriam as mesmas dos cultivos em SCROG.
Se optar por fazer o main-lining para atingir 8 apicais por planta, uma boa densidade de plantas é de 4-5 por 1 m². Se optar por 16 apicais, duas plantas por m² podem ser suficientes.
Analizando técnicas de cultivo
Em geral, as variedades Sativa e híbridas são as mais adequadas porque se ramificam mais e respondem melhor a qualquer poda do que uma Indica.
Inconvenientes: elas são praticamente iguais aos de um cultivo SCROG. A fase vegetativa durará mais de dois meses para garantir que as plantas tenham a estrutura perfeita antes de induzirem a floração.
Conclusões
Muitos cultivadores experientes conseguem os melhores rendimentos com cultivos SOG, tendo também em conta vários aspectos importantes.
Em um cultivo em SOG você pode fazer até 6 colheitas por ano, mas desde que tenha outro espaço específico onde possa enraizar um grande número de mudas.
Se esta condição for possível, poderá sem dúvidas afirmar que é a técnica mais produtiva se levar em conta o rendimento anual e o consumo anual.
Em um cultivo otimizado será fácil colher 400 gramas em cada colheita. E 6 safras anuais seriam de 2.400 gramas.
No SCROG ou Main-Lining você pode obter 3 ciclos anuais, já que a fase de crescimento costuma ser bastante longa, pelo menos dois meses.
E se falamos em rendimento por ciclo, pode-se dizer que tanto SOG, SCROG quanto Main-Lining são técnicas que oferecem rendimentos muito semelhantes.
A diferença será, sem dúvida, feita pela mão do cultivador quando todas as outras condições forem idênticas.
Referência de texto: La Marihuana
por DaBoa Brasil | jun 3, 2023 | Cultivo
Para tirar o máximo proveito de suas plantas de maconha, é essencial saber como colhê-las corretamente. Depois de passar vários meses cuidando de suas plantas com carinho, atenção e até devoção, você merece bons resultados nesta fase final do cultivo. Embora quando chega a hora da colheita possa parecer que tudo está feito, ainda há muito que fazer e muita coisa que pode dar errado.
Quando colher sua planta de maconha?
Saber o momento certo é essencial para colher corretamente uma planta de maconha. Se você colher as plantas muito cedo, o THC não terá se desenvolvido totalmente. E se você colher tarde demais, o THC começará a se decompor e se transformar em CBN. Portanto, para obter a quantidade máxima possível de THC e uma erva mais forte, você deve colher na hora certa!
A seguir, você aprenderá diferentes maneiras de saber se suas flores estão prontas para a colheita.
Ficha técnica da variedade
Em primeiro lugar, quando você compra sementes de maconha de bancos conhecidos, cada variedade deve incluir informações sobre quando estará pronta para colheita. Para o cultivo indoor, esta informação é normalmente expressa em dias ou semanas (por exemplo, 55-60 dias ou 8-9 semanas), enquanto que para o cultivo outdoor, normalmente é indicado o mês de colheita ou uma altura específica do mês.
Mas esses dados são indicativos e não refletem exatamente a época da colheita. Portanto, não colha suas plantas 9 semanas depois que elas começarem a florescer simplesmente porque o pacote de sementes diz isso, pois algumas plantas são mais rápidas ou mais lentas que outras. Mesmo assim, essas informações devem servir como um guia e ajudar você a saber se tudo está indo como deveria.
As folhas ficam amarelas
As folhas em leque podem amarelar durante o cultivo. No entanto, à medida que o ciclo de vida de uma planta se aproxima do fim, mais e mais folhas começam a ficar amarelas à medida que a planta para de produzir clorofila e se prepara para morrer.
Também neste caso, esta característica não indica exatamente quando colher, mas pode ser interpretada como um sinal de que a hora da colheita está se aproximando ou, em alguns casos, já passou.
Pistilos
Os pistilos são uma forma mais confiável (mas não totalmente, explicaremos a seguir) de saber se os buds estão maduros e prontos para colher. Inicialmente, esses “pelos” (que servem para grudar o pólen) são esbranquiçados/transparentes. À medida que amadurecem, tornam-se opacos e de cor marrom escuro/avermelhado. Normalmente, quando cerca de 90% dos pistilos estão com essa cor, a planta está pronta para a colheita.
Embora seja uma maneira viável de saber quando colher seus buds, como mencionado, não é a melhor opção. Isso porque vários fatores podem fazer com que as plantas não parem de produzir pistilos imaturos, mesmo que o restante da planta esteja maduro, o que pode confundir o cultivador fazendo-o pensar que a planta não está pronta.
Tricomas
A melhor maneira de saber quando colher sua planta de maconha é observando a cor dos tricomas. Afinal, os tricomas são onde o THC é produzido. Para vê-los bem, você precisará de um microscópio de bolso, que pode ser adquirido por um preço acessível.
Idealmente, você deve colher uma planta de maconha quando ela tiver a seguinte proporção:
– 70% tricomas brancos
– 15% tricomas âmbar
– 15% tricomas transparentes
Este é um método infalível, já que os tricomas não mentem.
Preparando-se para colher sua planta de maconha
Tanto quanto possível, você deve adaptar o espaço de cultivo para convertê-lo em um espaço de colheita/pós-colheita. Para fazer isso, no cultivo indoor, você deve definir a temperatura em cerca de 20°C e o nível de umidade em aproximadamente 50%.
A melhor hora para iniciar a colheita é no início do dia, em um dia seco. Se você cultivar outdoor, terá menos controle sobre os fatores ambientais, portanto, verifique a previsão do tempo e escolha o melhor momento.
Tenha as ferramentas necessárias para colher suas flores
Para colher cannabis, você não precisa de muitas ferramentas. Mas existem algumas ferramentas que vão te ajudar para que tudo saia perfeito:
Lupa ou microscópio: para inspecionar de perto os buds, você pode usar um microscópio de bolso, uma lupa ou uma câmera de smartphone com um bom zoom.
Tesouras de poda: as plantas maduras são duras e lenhosas, portanto, cortá-las exigirá tesouras afiadas e resistentes.
Bandeja/Caixa: à medida que for cortando os galhos, você precisará de um local para colocá-los, como uma bandeja ou uma caixa grande.
Área/mesa de trabalho: ter uma zona/mesa limpa e desobstruída onde possa trabalhar irá ajudá-lo nas diferentes fases da colheita.
Ventilador (opcional): use um ventilador oscilante para circular o ar ao secar a maconha.
Varal/Cabides: para secar corretamente os galhos, você pode pendurá-los em um cabide ou varal.
Secador de buds (opcional): em vez de pendurar os galhos para secar, você pode usar um secador de flores que pode ser encontrado em growshops.
Potes: use potes de vidro herméticos para curar seus buds após a secagem.
Como colher suas plantas de maconha: passo a passo
A seguir, explicamos exatamente como colher sua planta de maconha. Dependendo de quantas plantas você tem e seu tamanho, isso pode ser um processo bastante complicado, então esteja preparado para trabalhar.
1 – Corte os galhos
Corte cada galho perto dos nós (a área onde os galhos se unem ao caule principal). Não é necessário tirar os galhos que não possuem buds. Coloque os galhos na bandeja com cuidado, para não danificar suas flores.
Ou corte toda a planta
Dependendo do tamanho da sua planta, você pode cortar os galhos um a um, ou pode cortar a planta inteira de uma vez. Se a planta for muito pequena, pode ser melhor cortá-la inteira e depois cortar os galhos.
Mas se a planta for muito grande, será mais fácil cortar os galhos individualmente enquanto a planta ainda estiver de pé.
Para cortar uma planta inteira, corte o caule cerca de 12cm acima do solo, em um ângulo de 45º.
2 – Manicure as folhas em leque
As folhas em leque são as folhas grandes que crescem por toda a planta. Corte-as e guarde-as junto com os restos da manicure para fazer chá ou manteiga.
3 – Manicure as folhas de açúcar
Agora, antes de pendurar os galhos, você precisa manicurar as folhas de açúcar para reduzir as chances de apodrecimento dos buds. Essas folhas são chamadas de “açúcar” porque são cobertas por tricomas; então os guarde e aproveite-os ao máximo!
Corte as folhas de açúcar perto dos buds, mas evite cortar os próprios buds. A manicure da cannabis é uma arte. Principalmente, essa técnica afeta a maneira como a erva é seca e curada, o que influencia em sua qualidade final. Além disso, um bom corte pode dar aos buds uma aparência de alto nível. Alguns cultivadores não se preocupam muito com isso, enquanto outros levam muito a sério.
4 – Pendure os galhos
Por fim, pendure os galhos de cabeça para baixo, deixando espaço suficiente entre cada galho. Você deve fazê-lo em uma área ou quarto escuro (já que a luz pode danificar o THC), a 20°C e com UR de 50%. Use um ventilador oscilante para circular o ar pela sala, pois isso reduzirá a chance de apodrecimento dos buds.
Certifique-se de que o espaço esteja livre de pragas e substâncias poluentes.
5 – Pegue os restos
Se você colocou os galhos em uma bandeja ou mesa de trabalho, provavelmente os tricomas caíram na superfície. Colete-os e use-os para fazer manteiga ou adicione-os aos seus estoques de kief. Não desperdice nem um pouco!
Colha diferentes variedades
Se você cultiva maconha, precisa aprender a reconhecer quando as plantas estão prontas para serem colhidas. Todas as variedades amadurecem em tempos diferentes, então você não pode confiar em suposições. Por exemplo, as autoflorescentes (automáticas) mais rápidas podem estar prontas 7 semanas após a germinação, enquanto as sativas mais lentas podem levar 15 semanas para serem colhidas quando começam a florescer. Conhecer cada uma de suas plantas e entender seus sinais é essencial para ser um bom cultivador!
Faça uma colheita progressiva quando os buds inferiores não estiverem totalmente maduros
Se as flores próximas ao topo das plantas tiverem um número considerável de tricomas leitosos e âmbar, indicando que estão maduras e prontas para a colheita, mas os buds de baixo ainda tiverem cristais de cores claras e ainda não atingiram a maturidade, você pode usar um técnica chamada “colheita progressiva” para cortar cada flor quando está no auge da maturação.
Esse método também é conhecido como colheita parcial ou escalonada e é tão simples que você ficará surpreso por não ter pensado nisso antes. Basta cortar os buds que atingiram a maturidade, podar os galhos e folhas conforme necessário para aumentar a exposição à luz das flores menos maduras e observar os sinais de que as flores estão prontas para serem colhidas.
A maioria das plantas requer apenas dois ciclos de colheita progressivos com cerca de 2 semanas de intervalo, enquanto plantas maiores podem precisar de mais.
Lembre-se de que a maioria das plantas começa a amadurecer cedo no topo, pois o dossel recebe mais luz e lúmens mais altos geralmente equivalem a uma maturação mais rápida. Mas cada planta é diferente e você pode encontrar um fenótipo particular que começa a amadurecer mais cedo nos buds inferiores. E algumas plantas amadurecem uniformemente em toda a planta, tornando-as inadequadas para colheita escalonada.
É hora de manicurar suas flores
O próximo passo é a manicure. Este é um processo necessário para limpar as flores e evitar que seus potes de buds acabem cheios de folhas de açúcar. Para isso, você só precisa de uma mesa, uma bandeja e tesoura. Existem duas maneiras de manicurar sua colheita: você pode fazer isso antes de secar ou depois.
A manicure antes da secagem significa manicurar as flores imediatamente após a colheita, enquanto elas ainda têm um alto teor de umidade. Isso reduz a probabilidade de mofo, pois as folhas de açúcar são removidas antes da secagem, evitando que a umidade fique presa no buds. A única desvantagem é que é uma tarefa muito pegajosa, por isso, se você não quiser ficar com os dedos cheios de tricomas, será preciso usar luvas. Mas isso tem seu lado positivo; você pode fazer um pouco de haxixe com a resina que gruda na tesoura, luvas ou nas mãos.
A poda após a secagem significa aparar as folhas das flores quando já estão secas. Este método é mais adequado se você estiver em um ambiente de baixa umidade, onde as flores são menos propensas a desenvolver mofo. Além disso, o corte a seco resulta em buds mais compactos, uma característica apreciada por muitos cultivadores.
Independentemente do método escolhido, a tarefa é a mesma. Você pode cortar as folhas de açúcar enquanto os buds ainda estão presos ao galho ou pode cortar os buds dos galhos e apará-los separadamente. E não se esqueça de guardar suas folhas de açúcar, pois você pode usá-las para fazer haxixe e concentrados.
A hora da secagem
O próximo passo é levar suas flores para a área de secagem. A secagem da maconha é essencial para tirar a umidade da parte externa dos buds e evitar a formação de mofo. Além disso, não é agradável fumar os buds quando não estão secos, além de ser um desperdício do potencial da sua planta. Antes de secá-las, você terá que preparar um espaço para secagem, que pode ser um cômodo vago ou até mesmo a tenda onde você cultivou as plantas. Se você deixou as flores presas aos galhos, precisará prender um barbante para pendurá-las. Mas se você cortou os buds dos galhos, coloque-os em um escorredor ou rede.
Para resultados ideais, a cannabis deve secar lentamente. Pode parecer mais fácil secar os buds no forno, mas isso apenas reduzirá o sabor. Os terpenos (os compostos químicos que dão sabor à planta) são voláteis e se decompõem em altas temperaturas. O espaço de secagem deve ter uma temperatura de aproximadamente 21ºC e umidade relativa de 50%. Use um higrômetro para monitorar esses fatores. Se a temperatura e a umidade estiverem muito altas, use ventiladores, ar condicionado e um desumidificador. Mas se seus níveis estiverem baixos, use um aquecedor e um umidificador.
A secagem geralmente leva entre 2 e 7 dias, mas pode levar mais. Observe as flores de perto todos os dias e toque-as para verificar o nível de umidade. Então chegará um momento em que, ao tentar dobrar os galhos, eles vão quebrar em vez de dobrar. Quando isso acontecer, é hora de passar para a próxima etapa.
Cure sua maconha para torná-la mais suave
Você já fumou alguma erva de aparência deliciosa, para apenas depois descobrir que sua fumaça arranhou sua garganta? Isso é o que acontece quando você não cura a maconha. A cura prolonga consideravelmente o final do processo de cultivo, mas torna a colheita mais valiosa. É um processo de secagem prolongado que retira a umidade de dentro das flores, algo que não se consegue apenas com a secagem rápida.
A cura melhora o sabor de seus buds e os faz produzir uma fumaça mais suave e agradável. Isso é conseguido quebrando moléculas como a clorofila, que irritam as vias aéreas.
A cura também aumenta a potência de sua colheita. Antes que os buds sejam aquecidos (seja fumando, vaporizando ou cozinhando) o THC existe na forma de THCA. Este canabinoide ácido é convertido em THC em altas temperaturas (a chamada descarboxilação) ou ao longo do tempo. A cura estimula esse processo e aumenta gradualmente os níveis de THC.
É um processo bastante simples. Você só precisa de alguns potes de vidro com fechamento hermético, o suficiente para armazenar toda a sua colheita.
Encha todos os potes até cerca de 75%, sem apertar os buds; Feche os potes e guarde em local fresco e escuro. Inicialmente, qualquer umidade restante de dentro dos buds se moverá para fora, fazendo com que sua colheita pareça estar reidratada. Ao abrir os potes por alguns minutos, algumas vezes ao dia, você permitirá que a umidade escape e ocorra a troca de ar. Repita esse processo todos os dias durante a primeira semana.
Durante a segunda e terceira semana, você só precisará abrir os frascos uma vez ao dia por alguns minutos, pois o teor de umidade terá diminuído. Após três semanas, suas flores estarão suficientemente curadas e produzirão uma fumaça leve. Alguns cultivadores pacientes estendem o processo de cura para 8 semanas completas para maximizar o sabor e a potência. Se você planeja armazenar seus buds por um longo período, lembre-se de que pode curá-los por mais de seis meses sem danificar os buds.
Referência de texto: Royal Queen
por DaBoa Brasil | abr 9, 2022 | Cultivo
É chegado o momento mais esperado do cultivo. As plantas de cannabis que foram cultivadas durante a primavera e o verão estão ficando prontas para a colheita. Todo o esforço e meses de cuidado finalmente deram frutos. Em posts anteriores já falamos como colher as plantas no ponto ideal. Hoje falaremos sobre a secagem em si, desde que cortamos as plantas até o momento em que os buds possam ser considerados secos para prosseguir com a cura posterior.
Se você pensa que uma vez que você colhe a planta, todo o trabalho está feito, você está cometendo um grave erro. Fazendo uma comparação clássica, seria como pensar que um bom vinho se faz apenas com uma boa uva. Todo o processo subsequente de fermentação e cura é igualmente importante e o que faz toda a diferença no final.
A HORA DA COLHEITA
Quando a colheita é feita, também é conveniente pensar na secagem. Dependendo dos métodos de secagem, podemos facilitar a vida colhendo de uma forma ou de outra. O estilo clássico é colher galhos inteiros ou de bom tamanho e pendurá-los de cabeça para baixo. A segunda mais utilizada é em redes de secagem e com galhos pequenos ou até mesmo apenas os buds.
De certa forma podemos colher a planta por áreas com muita facilidade. A maturação não atinge todos os buds igualmente e geralmente há pequenas diferenças entre as áreas superiores e externas, e as áreas inferiores e internas. Dessa forma, será fácil colher apenas os buds que vemos prontos e deixar o resto. Mas isso é fácil quando você tem uma, duas ou três plantas pequenas. Se tivermos várias plantas grandes, a opção confortável é colher a planta inteira de uma só vez.
A MANICURE, ANTES OU DEPOIS?
Na manicure, ou trimming, basicamente eliminamos o que não é interessante para fumar, ou seja, só deixamos os buds com a quantidade mínima de folhas. Mas todos esses restos não devem ser jogados fora, pois as folhas perto dos buds às vezes têm um grande número de tricomas. Recomendamos que você os guarde e faça alguma extração quando tiver acumulado o suficiente. Vale muito a pena.
Também, dependendo do método de secagem, pode ser conveniente fazer a manicure antes de prosseguir com a secagem, ou fazê-la quando a erva estiver seca. Nem todos têm uma sala perfeitamente condicionada para secar, e muitos terão que recorrer a locais que não costumam atender às condições ideais.
Por exemplo, se for um local sem escuridão total ou empoeirado, faça o trimming após a secagem, pois as próprias folhas envolverão o broto dando-lhe proteção extra. Por outro lado, a manicure prévia é mais rápida e quando as condições de secagem são as melhores, uma vez que a erva esteja seca, basta proceder à cura e evitar o trabalho pesado de aparar os buds secos.
QUANDO VOCÊ SABE QUE A ERVA ESTÁ SECA?
O período de secagem dependerá sempre das condições do ambiente. Com uma temperatura alta, os botões secam mais rápido. Com uma umidade relativa baixa, secam antes de uma alta. Ou com mais ventilação, secam mais rápido do que com pouca ventilação. Uma secagem rápida de uma semana não é necessariamente ruim. Mas sempre será necessário um período de cura mais longo para que certos compostos se degradem, como a clorofila, que é responsável pelo sabor de grama de um bud seco muito rápido. Uma secagem lenta de, por exemplo, 4 semanas, permite que, quando terminada, os buds já tenham degradado grande parte da clorofila. Seu sabor nesse momento já é suave o suficiente para começar a desfrutar da colheita.
Sua erva está realmente seca e pronta para começar a curar, quando os buds do lado de fora estão crocantes e os galhos se quebram em vez de dobrar. A umidade ideal de um bud seria em torno de 60%, por isso não é aconselhável nem passar muito disso ou colher antes. Pense que durante a cura, geralmente em potes, a umidade interna do botão passará para o pote, e o que pensávamos estar perfeitamente seco, não está mais e será preciso secá-lo uma segunda vez. Se isso acontecer, não precisa se assustar, pois é algo completamente normal e com o tempo e a prática você aperfeiçoará suas técnicas de cultivo.
Referência de texto: La Marihuana
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