A maconha pode conter a chave para o tratamento do mal de Alzheimer, porém as leis contra ela estão no caminho, dizem os cientistas.

Os canabinóides podem ajudar a eliminar as proteínas perigosas da demência das células cerebrais, afirmam os cientistas.

As substâncias químicas encontradas na maconha poderiam ser usadas para ajudar a tratar a demência, de acordo com estudos iniciais, mas os pesquisadores dizem que uma investigação mais profunda dos achados está sendo obstruída pelas restrições nas leis sobre maconha.

Canabinóides como o tetra-hidrocanabinol (THC) podem ajudar a eliminar as proteínas perigosas da demência das células do cérebro, de acordo com pesquisadores do Instituto Salk, um centro de pesquisa biomédico de renome na Califórnia.

Embora os resultados iniciais publicados no ano passado aumentassem as esperanças de que os compostos da maconha podem formar um dia a base de um novo medicamento para ajudar a tratar a doença de Alzheimer, os próximos passos estão demonstrando ser lentos.

O professor David Schubert, que liderou o estudo, disse à CNBC que as questões legais eram um “grande obstáculo” que impedia ele e sua equipe de realizar mais pesquisas sobre as propriedades medicinais de maconha.

“É tão óbvio que esta planta deve ser estudada com mais detalhes”, disse ele. “É bastante difícil obter financiamento sem ter que se preocupar com questões legais acima de tudo.”

O professor Schubert disse que o instituto tinha apresentado um pedido para a Agência Antidrogas dos Estados Unidos para usar extratos de maconha para testes em ratos em dezembro, mas ainda não tinha recebido qualquer resposta.

Os investigadores usaram uma pequena quantidade de canabinóides sinteticamente produzidos no primeiro estudo, em que se encontrou que estimulam a remoção de uma placa tóxica associada com a demência no cérebro.

A demência, que afeta principalmente as pessoas mais velhas, causa uma falha na memória, no pensamento e no comportamento e pode impedir a capacidade de alguém para realizar atividades cotidianas.

A doença afeta cerca de 48 milhões de pessoas em todo o mundo. Uma proteína chamada beta amiloide cria uma placa prejudicial nos cérebros das pessoas com demência que podem destruir as células nervosas.

A equipe do Instituto Salk demonstrou que o THC reduziu a quantidade de beta amiloide nas células nervosas com altos níveis de proteína, permitindo que as células sobrevivam.

A Associação de Alzheimer dos Estados Unidos disse que a maconha é uma área legítima de investigação sobre o possível tratamento da doença, mas alguns especialistas têm sido céticos, segundo a CNN.

“É difícil de dizer o efeito que isso pode ter sobre os seres humanos, mesmo se promover com sucesso a remoção de beta amilóide”, disse Donovan Maust, professor assistente de psiquiatria na Universidade de Michigan.

Atualmente, existem três prêmios Nobel na faculdade do Instituto Salk, e onze ganharam prêmios Nobel em geral entre os cientistas que pesquisaram ou trabalharam lá.

Está localizado em La Jolla, perto de San Diego, na Califórnia, onde a maconha se tornou legal em novembro.

No entanto, como é financiado pelo governo dos EUA, o instituto está proibido de usar a maconha em experimentos sem autorização. As aplicações podem demorar seis meses para serem aprovadas.

Fonte: Independent UK

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