Quando você cultiva, não consegue ver o mundo microscópico da zona radicular ou como suas plantas de maconha se alimentam. Felizmente, a ciência nos explica esse processo misterioso. No post de hoje, você aprenderá sobre os diferentes nutrientes necessários às plantas de maconha, por que precisam deles e como acessá-los.

As plantas de cannabis requerem uma dieta variada para sobreviver e produzir colheitas abundantes. Ao longo do ciclo de cultivo, a maconha depende de um delicado equilíbrio de minerais e elementos para cumprir as suas funções fisiológicas essenciais. Esses nutrientes se enquadram em duas categorias principais: macronutrientes e micronutrientes.

MACRONUTRIENTES VS. MICRONUTRIENTES

As plantas de maconha necessitam de macronutrientes em grandes quantidades, tal como as proteínas, gorduras e hidratos de carbono constituem a base da dieta humana.

As plantas requerem grandes quantidades de nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K). As necessidades desses nutrientes (ou proporção de NPK) pelas plantas mudam dependendo do estágio de crescimento. Na fase vegetativa, as plantas necessitam de mais N e menos P e K. Por outro lado, durante a floração necessitam de muito menos N e maior quantidade de P e K.

Esses três elementos são os macronutrientes essenciais contidos no solo. Mas as plantas também obtêm três macronutrientes adicionais do ar e da água: carbono, hidrogênio e oxigênio.

Por outro lado, as plantas também precisam de uma lista bastante longa de micronutrientes para se manterem saudáveis, produtivas e livres de doenças. Embora exijam essas moléculas apenas em pequenas quantidades, a falta de micronutrientes pode causar sérios problemas. Isto poderia ser comparado à necessidade humana de ingerir vitaminas; não necessitamos de grandes quantidades, mas a nossa saúde é afetada pela falta delas.

FASE VEGETATIVA: N = 10 / P = 5 / K = 7
FASE DE FLORAÇÃO: N = 5 / P = 18 / K = 5

NUTRIENTES MÓVEIS VS. IMÓVEIS

Os nutrientes necessários à cannabis são divididos em duas categorias, que definem a sua transportabilidade: móveis e imóveis. As plantas podem transportar nutrientes móveis para áreas da planta onde são mais necessários. Portanto, as deficiências de nutrientes móveis aparecem primeiro nas folhas mais velhas, à medida que as plantas priorizam a saúde dos brotos mais novos.

Por outro lado, os nutrientes imóveis permanecem fixos em um só lugar. Nesse caso, os sintomas de deficiência nutricional aparecerão nas folhas mais jovens, pois não têm acesso a esses nutrientes. A lista abaixo indica quais nutrientes possuem propriedades móveis e imóveis.

NUTRIENTES IÔNICOS

As plantas de maconha não são capazes de mastigar matéria orgânica e extrair os minerais de seu interior. Em vez disso, nos cultivos biológicos, os microrganismos fazem este trabalho árduo: decompõem o esterco e o composto, libertando os nutrientes contidos no seu interior.

Por outro lado, nos cultivos não orgânicos, os fertilizantes sintéticos embebem o solo com nutrientes que podem ser facilmente absorvidos pelas plantas. Mas em ambos os casos, as plantas só conseguem absorver nutrientes na forma de íons. Essas partículas eletricamente carregadas podem ter carga positiva (cátions) ou carga negativa (ânions). Por exemplo, as plantas absorvem nitrogênio na forma de cátion amônio ou ânion nitrato. Eles só podem acessar o fósforo na forma de dois ânions e o potássio na forma do cátion K+.

Simplificando, para serem absorvidos pelas raízes das plantas, os nutrientes devem ser decompostos ou fornecidos de forma refinada. Esses nutrientes não acessam as plantas por meio de um processo passivo, como a difusão, mas entram por meio de um transporte ativo usando ATP (trifosfato de adenosina, a principal fonte de energia na maioria dos processos celulares) e proteínas ligadas à membrana. Este processo permite que os íons se movam da zona radicular para os tecidos radiculares.

MACRONUTRIENTES DO AR E DA ÁGUA

As plantas de maconha obtêm três macronutrientes de forma bastante autossuficiente. Esses elementos são absorvidos do ar ou gerados como subproduto da fotossíntese.

CARBONO: as plantas “inalam” dióxido de carbono do ar através de minúsculos poros na superfície das folhas, chamados estômatos. Mas os estômatos nem sempre estão abertos para a entrada de dióxido de carbono. Um par de células-guarda é responsável por abrir e fechar cada poro dependendo da demanda desse recurso.

O dióxido de carbono desempenha um papel fundamental na saúde das plantas. As plantas convertem esse gás na energia necessária ao seu desenvolvimento e utilizam-no junto com a água para realizar a fotossíntese.

HIDROGÊNIO: as plantas obtêm hidrogênio da molécula de água durante o processo de fotossíntese. Esta reação é alcançada aproveitando o poder da energia luminosa.

O hidrogênio é outro elemento básico para o desenvolvimento das plantas. Durante a fotossíntese, as plantas usam íons de hidrogênio para conduzir a cadeia de transporte de elétrons.

OXIGÊNIO: as partes aéreas das plantas obtêm oxigênio pela divisão das moléculas de dióxido de carbono. Em vez disso, as raízes “respiram” oxigênio, pois não têm acesso à luz e não realizam a fotossíntese.

As plantas precisam de oxigênio durante o processo respiratório para ajudá-las a liberar energia da glicose armazenada, produzida durante a fotossíntese.

MACRONUTRIENTES DO SOLO

O resto dos macronutrientes de que as plantas de maconha necessitam vêm do solo, seja na forma de matéria orgânica em decomposição ou de fertilizantes sintéticos. A seguir explicamos as funções dessas importantes substâncias.

NITROGÊNIO: o nitrogênio se comporta como um nutriente móvel na planta da cannabis, na forma de nitrato. Ao longo do ciclo de crescimento, o nitrogênio é o nutriente mais necessário para as plantas, acima dos demais. Mas 98% do nitrogênio do solo existe na forma orgânica; portanto, microrganismos são necessários para ajudar a mineralizar essa preciosa substância, para que ela possa ser absorvida pelas plantas.

Quando finalmente está em seu interior, as plantas dependem do nitrogênio para seu crescimento e desenvolvimento geral. Esse nutriente também é parte essencial da molécula de clorofila, que permite às plantas realizar a fotossíntese. O nitrogênio também é um elemento importante dos aminoácidos, que são os blocos de construção das proteínas.

FÓSFORO: por ser um nutriente móvel, o fósforo é disponibilizado para brotos jovens e imaturos. As plantas o absorvem como um ânion e o utilizam em uma longa lista de processos fisiológicos. O fósforo é encontrado em cada uma das células de uma planta, o que mostra sua importância.

Participa da transferência de energia, da fotossíntese e da transformação de amidos e açúcares. Também ajuda a movimentar nutrientes pelas plantas e auxilia na transferência de características genéticas para a próxima geração.

Este elemento desempenha um papel fundamental na fase vegetativa, contribuindo para o desenvolvimento das raízes e para a resistência do caule. Mais tarde no ciclo de crescimento, o fósforo ajuda as plantas a resistir a doenças e também contribui para a formação de flores e a produtividade das plantas.

POTÁSSIO: as plantas de maconha absorvem esse nutriente móvel na forma de um cátion mineral. Se de repente eles não conseguissem acessar esse item essencial, isso causaria um grande problema. O potássio contribui para o desenvolvimento das plantas, funções metabólicas, tolerância ao estresse, crescimento radicular e estrutura do sistema radicular.

Este nutriente também desempenha um papel vital na conservação da água. Lembra daquelas células de guarda que mencionamos antes? Elas precisam de potássio para abrir e fechar os estômatos. As plantas perdem água sempre que absorvem dióxido de carbono através desses pequenos poros. Quando a água é escassa, as plantas precisam de potássio para fechar os estômatos e reter o máximo de água possível.

As plantas também dependem do potássio como ativador enzimático e é um elemento-chave na síntese de proteínas.

MACRONUTRIENTES SECUNDÁRIOS

No entanto, a maconha precisa de mais do que esses três nutrientes para crescer e prosperar. Depende também de macronutrientes secundários como cálcio, magnésio e enxofre, que desempenham um papel vital no desenvolvimento das plantas.

CÁLCIO: as plantas precisam de cálcio para sua resistência estrutural. O nutriente imóvel (na forma de pectato de cálcio) mantém unidas as paredes e membranas das células vegetais. Este elemento também serve como mensageiro intracelular, ajudando a regular a atividade hormonal e enzimática.

MAGNÉSIO: o magnésio é o motor da fotossíntese. Este nutriente móvel forma o núcleo da molécula de clorofila, onde permite que a estrutura capture a luz solar usada para criar açúcares. As plantas também precisam de magnésio para a divisão celular, síntese de proteínas, metabolismo do fosfato e ativação enzimática.

ENXOFRE: este nutriente semimóvel só é necessário em pequenas quantidades. Mas sem ele, as plantas teriam dificuldade em formar enzimas essenciais. Além disso, o enxofre ajuda a construir proteínas vegetais, vitaminas e aminoácidos.

MICRONUTRIENTES

Os micronutrientes são necessários em quantidades menores, mas ainda desempenham um papel crítico na fisiologia das plantas. As deficiências destes elementos são geralmente raras, mas a falta de micronutrientes pode afetar negativamente a saúde, o crescimento e a produtividade das plantas.

BORO: o boro ajuda a fortalecer as paredes celulares. Tem uma importante função estrutural; Cerca de 90% desse nutriente ajuda a reticular as grandes moléculas de carboidratos que constituem as paredes celulares. Se as suas plantas sofrem de deficiência de boro, a sua estrutura pode ser afetada.

COBRE: o cobre também contribui para o complexo processo de fotossíntese. Além disso, este nutriente móvel ajuda as plantas a metabolizar carboidratos e proteínas.

FERRO: o ferro é um nutriente semimóvel que ajuda as plantas a manter a estrutura e a função dos cloroplastos, organelas que convertem a energia luminosa em açúcares para serem utilizados pelas células vegetais. O ferro também é um componente importante em muitas enzimas e pigmentos.

MANGANÊS: o manganês contribui para alguns dos sistemas e funções mais importantes das plantas de cannabis, incluindo: assimilação de nitrogênio, respiração e fotossíntese. Este nutriente também desempenha um papel importante na reprodução, auxiliando no desenvolvimento dos tubos polínicos e na germinação do pólen.

MOLIBDÊNIO: o molibdênio desempenha um papel importante em duas enzimas que permitem a síntese de aminoácidos pelas plantas. Uma dessas enzimas ajuda a converter nitrato em nitrito, enquanto a outra converte nitrito em amônia. As plantas podem transportar facilmente este nutriente móvel para áreas onde é mais necessário.

ZINCO: o zinco influencia muitos processos vegetais importantes, embora apenas em pequenas doses. Este nutriente imóvel faz parte de diversas enzimas e proteínas e contribui para a produção de hormônios de crescimento e para o desenvolvimento de entrenós.

Referência de texto: Royal Queen

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