México: Secretária do Ministério do Interior recebe planta de maconha de presente

México: Secretária do Ministério do Interior recebe planta de maconha de presente

O México continua flertando com a possibilidade de legalizar a maconha antes do final do ano. Enquanto isso, a secretária do Ministério do Interior recebeu uma planta de maconha como presente de outro congressista.

Foi Emilio Álvarez Icaza quem deu uma planta de maconha à secretária do Ministério do Interior, Olga Sánchez Cordero, durante uma sessão do Congresso.

Cordero disse que irá plantar o presente do senador e estará “esperando fervorosamente que a lei (para legalizar a maconha) já tenha sido aprovada”, referindo-se à reforma legislativa em que a legislatura tem trabalhado nos últimos dois anos.

“O uso medicinal da maconha foi uma revelação para o mundo, em segundo lugar porque o cânhamo é industrialmente interessante em roupas, energia, papel, materiais de construção, mais fortes do que qualquer outro material de construção”, disse Cordero. “Ou seja, existe um potencial enorme com o cânhamo e também com o uso recreativo da maconha, respeitando o princípio da autonomia da vontade e do livre desenvolvimento da pessoa”.

Esse não é o primeiro presente canábico que Cordero recebe. No ano passado trouxeram um baseado para a Câmara.

“Trago-lhe um presente para recordar aquela proposta que fizeram no início, porque será a forma de nos ajudar a construir a paz. Vamos regular o uso de drogas”, disse na época a deputada Ana Lucía Riojas Martínez.

Mas apesar de a maconha estar bastante popular no congresso, contando inclusive com a concentração de um cultivo da planta perto da câmara feita por ativistas para que a legislação avance, e apesar das promessas do presidente Andrés Manuel López Obrador (AMLO), a questão é que a maconha ainda não é legal no país.

Como já dissemos em outra ocasião, a SCJN decidiu que proibir a maconha no México é inconstitucional e determinou que deveria haver uma mudança na legislação. Mudança que ainda não ocorreu de forma eficaz. AMLO não descarta que, para que ocorra essa mudança no estatuto legislativo, seja convocada uma consulta popular. Seja como for, este parece que não quer mais ficar sozinho no assunto. A SCJN obriga os parlamentares a se pronunciarem sobre esse importante tema, porém todo o processo é constantemente adiado sob o risco de que o ano termine e a proposta fique paralisada.

Referência de texto: Cáñamo

Ideia Legislativa: Anistiar todos presos condenados por cultivar maconha e regulamentar a venda na periferia

Ideia Legislativa: Anistiar todos presos condenados por cultivar maconha e regulamentar a venda na periferia

Uma nova Ideia Legislativa está disponível para apoio no portal e-Cidadania do Senado Federal. Proposta pelo ativista e advogado Erik Torquato, a ideia visa anistiar todos os presos condenados por cultivar maconha e regulamentar a venda na periferia. “A proibição da maconha é uma lei racista que encarcera milhares de moradores de periferias além de justificar o massacre da juventude negra. Com a maconha cada vez mais perto do agronegócio e da indústria farmacêutica, se faz necessário discutir reparação histórica em favor dos criminalizados”, propõe.

“A maconha é a substância ilícita mais consumida no mundo. No Brasil a história da proibição é ligada ao racismo. Temos a quarta maior população carcerária no mundo e a proibição é uma das maiores causas de prisão de jovens negros e moradores de periferia. A indústria de fármacos e o agro querem aprovar e explorar esse mercado, por isso precisamos discutir a reparação histórica dos anos de proibição”, conclui.

Ao receber 20.000 apoios, a ideia se tornará uma Sugestão Legislativa e será debatida pelos Senadores. A data limite para alcançar os apoios necessários é 19/01/2021. Essa nova Ideia vem para complementar outra Ideia Legislativa que propõe a regulamentação do uso adulto e do autocultivo de maconha no Brasil, proposta da qual recebeu os apoios necessários em menos de um mês da data de lançamento e atualmente conta com mais de 20.400 apoios. Essa ideia ainda segue aberta para quem quiser apoiar e compartilhar. (Clique aqui para apoiar!)

Para deixar o seu apoio pela anistia para todos os cultivadores e pela regulamentação a venda na periferia, clique aqui.

Biblioteca do Congresso dos EUA recopila publicidades racistas sobre a maconha do século XX

Biblioteca do Congresso dos EUA recopila publicidades racistas sobre a maconha do século XX

A Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos está recopilando publicidades antimaconha com claros tons racistas que apareceram na imprensa entre 1875 e 1915.

Que a cannabis sempre teve uma “publicidade” com conotações racistas é um fato óbvio. Com base no fato de que uma das palavras com as quais identificamos nossa planta favorita, “marijuana”, foi usada pelo governo dos EUA para associar o seu consumo com imigrantes mexicanos que, supostamente, a contrabandearam de seu país. A maconha era a “erva do México”.

Em seu trabalho (quase) sempre louvável, a Biblioteca mais importante dos Estados Unidos está coletando essas propagandas racistas, que podem ser acessadas em seu site oficial.

“Desde o final do século 19 ao início do século 20, os jornais relataram o aumento precoce da maconha”, pode-se ler na Biblioteca do Congresso. “Notícias alarmantes sobre a ameaça da maconha chegam à imprensa estadunidense. Os relatos de supostas atrocidades movidas a drogas são frequentemente vinculados à propaganda anti-mexicana”.

É a “reefer madness”, a droga que te deixa louco e te leva a cometer crimes indescritíveis. Para muitos jornais, era literalmente “a perigosa erva mexicana” que estava “enlouquecendo” os norte-americanos. Liasse nos jornais que os mexicanos proibiram as drogas porque isso os enlouquecia e os conduzia a um universo de violência.

“Esta droga mortal é procurada por soldados do exército”, diz um artigo do New York Tribune na época. “É fumada como tabaco e o consumidor logo enlouquece. Diz-se que a loucura no exército aumentou muito ultimamente devido ao uso desta planta. Os efeitos dos primeiros cigarros são tão calmantes e agradáveis ​​que o hábito está firmemente estabelecido e o usuário do veneno quase sacrificará sua vida para obter um suprimento da droga”.

Quase 100 anos depois, as coisas estão muito melhores, é claro. Nos EUA, estão perto de legalizar a planta (pelo menos um pouco mais perto) e a opinião sobre a erva mudou consideravelmente. No entanto, a maconha continua associada à imigração e às minorias. Além disso, são esses grupos que mais sofrem com a perseguição policial à “guerra às drogas”. Muito tempo passou, mas a maconha ainda continua sendo um problema relacionado ao racismo.

Biblioteca del Congreso recopila publicidad racista sobre el cannabis del siglo XX
Biblioteca del Congreso recopila publicidad racista sobre el cannabis del siglo XX

Referência de texto: Cáñamo

Comunidade na Argentina troca sementes de maconha por alimentos

Comunidade na Argentina troca sementes de maconha por alimentos

As faces mais impensáveis ​​da solidariedade são frequentemente conhecidas em tempos de emergência. A pandemia da Covid-19 é um desses casos e, segundo o site La Mañana de Neuquén, a maconha está presente em uma grande ação social na Argentina.

No Alto Valle de Nequén (oeste do país), um grupo de pessoas decidiu trocar sementes de maconha por alimentos para um refeitório comunitário. Essa é uma campanha pela solidariedade dos cultivadores de maconha do Alto Valle. Segundo afirmam, 800 negociações foram feitas em 10 dias. Também disseram que nunca receberam tantas doações juntos no refeitório de Las Perlas, como nestes tempos de pandemia.

Há duas semanas chovem caixas com alimentos, roupas e brinquedos, o motivo? Uma curiosa campanha dos Cannabicultores del Alto Valle, na qual dão sementes de maconha em troca dessas mercadorias.

Devido ao sucesso da proposta, pretendem repeti-la nos próximos meses. A campanha se chama Troca Solidária e tem dois objetivos: Ajude a área do refeitório Las Balsitas, da qual dependem mais de 75 crianças, e responda às repetidas perguntas dos vizinhos que procuram sementes de maconha para cultivar e produzir seu próprio óleo.

As doações são recebidas de terça a sábado, de 16 a 20, na unidade Fava 331 daquela cidade. Em troca de alimentos, dão um kit de três sementes “regulares”, ou seja, não feminizadas.

Na última terça-feira, 15 de setembro, haviam ultrapassado 800 trocas, com uma média de 80 por dia desde o início do movimento de solidariedade. O fechamento será na segunda-feira (21) com um sorteio.

“Foi impressionante porque recebemos uma grande adesão, saiu do controle”, disse Cathy Figueroa, uma das organizadoras. Ela acrescentou que, em Las Perlas, estão mais do que gratos.

“Eles nos disseram que têm o refeitório há um ano e meio e nunca receberam tanta comida com tanta frequência”, disse.

Disseram que várias cidades da região se organizaram para participar, “e uma pessoa passava pela ponte e trazia mercadorias de Cinco Saltos e Cipolletti”. Também foram convidados a replicar a proposta em Río Negro, mas estão com um número limitado de kits.

As sementes que trocaram foram, por sua vez, de doações de pessoas que cultivam na região.

O intercâmbio gratuito é comum entre eles e por isso pensaram em um concurso aberto para todos os residentes interessados.

“É para quem quer começar a cultivar e não tem a possibilidade de obter semente, que damos a eles, mas em troca queremos que ajudem alguém”, disse Cathy.

Ela lembrou que a sanção da lei da maconha para fins medicinais levou muitas pessoas com doenças crônicas a comprar óleo em feiras de rua.

“Algumas pessoas enganam eles, porque tem produtos que trazem que avaliamos com reagentes, e não têm nada”, disse.

“Há uma demanda social incrível com a maconha e, como grupo, tivemos que colocar a mochila nas costas porque o Estado, que teria que cuidar disso, não está lá; e quem o usa medicinalmente não consegue um óleo seguro que dure no tempo”, comentou.

Ela destacou que, devido à massividade com que os moradores responderam à campanha, decidiram ver como continuar a troca com mais doações até o final do ano.

Junto com a troca solidária de sementes, os cultivadores do Alto Valle promoverão uma portaria que regulamenta o cultivo de cannabis na cidade.

A medida é semelhante à analisada em Plottier, Cipolletti e Fernández Oro, cidades próximas.

Cathy Figueroa, integrante do grupo, explicou que ainda esta semana apresentarão o projeto no Conselho Deliberativo de Neuquén.

“Faremos como um grupo, sem nenhum bloco político que nos represente, e pode ser um pouco mais difícil conseguir o que queremos, mas preferimos esse caminho”, esclareceu.

“Nós, cultivadores de maconha, buscamos a regulamentação da legislação nacional e também decidimos trabalhar de forma municipal; aqui, como Plottier apresentou o projeto e se saíram muito bem, pretendemos fazer o mesmo em Neuquén”, explicou.

Também disse que eles trabalham em paralelo com outros integrantes.

“Com médicos interessados ​​em melhorar a maconha, as variedades que existem, e com o laboratório da Universidade de Comahue, que faz a rastreabilidade dos óleos que produzimos”, disse.

Acrescentou que, para quem está começando com as sementes, eles dão cursos de fitopreparação, para que possam cultivar e produzir, e que ninguém os engane.

Referência de texto: La Marihuana

Ideia Legislativa propõe regulamentação do uso adulto e do autocultivo de maconha: assine e compartilhe

Ideia Legislativa propõe regulamentação do uso adulto e do autocultivo de maconha: assine e compartilhe

Uma nova ideia legislativa para a regulamentação do uso adulto e do autocultivo de maconha chegou no portal E-cidadania do Senado Federal.

A ideia propõe a alteração da atual lei das drogas vigente no país (11.343/2006), regulamentando o uso adulto e o autocultivo da maconha. Estipulando uma quantidade permitida de até 20 plantas, ou mais, por pessoa, fechando assim a lacuna aberta na distinção entre usuários e traficantes.

A ideia em questão, feita pelo ativista e CEO do DaBoa Brasil, Diego Brandon, também propõe reformas de justiça social, garantindo a proteção aos consumidores e cultivadores e medidas de equidade social na indústria legal da maconha. Além de também propor a garantia de prioridade aos que já sofreram alguma forma de repressão, ou foram presos pelo uso ou cultivo da planta, na participação da indústria legal da cannabis.

Ao receber 20.000 apoios, a ideia se tornará uma Sugestão Legislativa e será debatida pelos Senadores. Clique aqui para assinar e compartilhe a proposta.

Maconha no Brasil: coisas que você precisa saber

Maconha no Brasil: coisas que você precisa saber

Sendo uma das plantas mais versáteis do planeta, a importância da maconha na sociedade vai muito além do que muitos atualmente falam. A ênfase apenas ao uso medicinal e a insistência na política de repressão contra usuários, principalmente cultivadores, só prova que existe um grande interesse por trás das regulamentações que estão surgindo no Brasil.

Como sabemos, durante muito tempo foram feitas campanhas contra a planta baseadas em mentiras, preconceitos, segregações e interesses políticos e econômicos. Não é à toa que a mentalidade e os discursos proibicionistas dos anos 30 ainda se fazem presente nos dias de hoje.

Atualmente, mesmo com tantas informações a disposição em um clique, muitos ignoram a realidade e acreditam em qualquer falácia. Principalmente quando essas falácias são fomentadas por pessoas que se dizem profissionais da erva. Alguns por puro interesse e pensando em pacientes como cifrões, outros por irresponsabilidade ou simplesmente pela falta de conhecimento – que não deixa de ser irresponsabilidade por se autoproclamarem experts da cannabis.

Após apoiarem a regulamentação da Anvisa e serem jogados para escanteio pela farmacêutica, empresas, como a do cânhamo e associações, já buscam outros métodos para tentar achar um espaço no tão cobiçado mercado canábico. Infelizmente, como ficou claro para quem lê as entrelinhas, eles esqueceram novamente de mencionar quem são os verdadeiros heróis que mantiveram as plantas vivas até aqui, antes mesmo de mães e pais buscarem na maconha o tratamento necessário para seus filhos. Se você acha isso um tanto quanto exagerado, é só perguntar para qualquer presidente de associação no Brasil, de onde veio o conhecimento para cultivarem as plantas que, muitos deles clandestinamente, produzem para vender o óleo aos seus pacientes. A resposta é só uma: de cultivadores que plantam para ter um fumo de qualidade e não financiar o crime organizado.

Tendo isso em mente, só vem uma palavra para descrever tudo que se passa na cabeça do jardineiro que, colocando em risco sua própria liberdade, ajudou a trazer o conhecimento para que poucas famílias e associações tenham acesso à planta. Essa palavra é: ingratidão.

Por isso, legalizar a informação verdadeira em tempos de proibição se faz mais que necessário. É preciso estar plantando a conscientização onde houver pessoas dispostas a lutar por uma mudança real que afeta diretamente não só a economia do país, criando milhares de novos empregos e abrindo espaço para vários setores, como também pode trazer melhorias para o meio ambiente, o bem-estar e a saúde, da qual poderíamos ficar horas descrevendo seus benefícios e aplicações.

Sabemos que atualmente os grandes males da sociedade são desencadeados pela maçante rotina a que somos impostos e é cada vez mais comum ver pessoas sofrendo de estresse, ansiedade, depressão e insônia.  A maioria das pessoas sabe que sofrem desses males mesmo sem nunca ter passado por um consultório ou ter recebido um papel com uma assinatura. No Brasil já existem casos de habeas corpus de cultivo para pessoas com depressão e insônia. Fica aqui uma pergunta, se alguns poucos podem plantar por isso, por qual motivo a mesma medida não pode ser aplicada para todos os outros cidadãos sem precisar passar por toda a burocracia de controle do sistema? Estamos falando de uma planta! Sendo uma das medicinas tradicionais mais antigas conhecidas pela humanidade, a maconha é um presente dado gratuitamente pela natureza. Repetindo, G-R-A-T-U-I-T-A-M-E-N-T-E! Desconfie de quem disser o contrário.

Hoje ainda sofremos as mazelas da proibição causada pela ganância de pessoas influentes do passado, assim herdada por seus sucessores, na qual, sempre baseada em atitudes racistas e preconceituosas, continuam prendendo usuários e cultivadores jogando-os em celas ao lado de todos os tipos de criminosos, independente da gravidade do crime cometido. A política de perseguição e repressão causa danos irreparáveis nas pessoas que passam por essa situação, em seus familiares e, consequentemente, em toda a sociedade.

Por essas e muitas outras questões, se você é usuário ou até mesmo paciente, não adianta defender apenas uma regulamentação que visa só os interesses individuais de indústrias que sempre foram contra a maconha, como é o caso da farmacêutica e o atual discurso de muitos “profissionais da maconha medicinal” no Brasil. Uma regulamentação decente precisa reparar os danos causados pela proibição naqueles que tiveram sua liberdade caçada e nas famílias que tiveram vidas ceifadas. A luta não é apenas pelas mães que precisam de medicamento para seus filhos, a luta também inclui as mães que perderam seus filhos para a guerra às drogas ou que visitam seus filhos trancados nos presídios do país.

Algo precisa ser feito urgentemente ou continuaremos enxugando gelo enquanto a classe menos favorecida sofre as consequências dessa inútil e hipócrita guerra falida. Uma guerra contra os pobres, uma guerra contra a própria natureza.

Agora que você já sabe das coisas que precisa saber, fica a pergunta: você está do lado de quem?

Leia também:

Por Diego Brandon
Ativista, CEO do DaBoa Brasil, compositor e representante do coletivo Ganja Fighters

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