De acordo com informações publicadas pelo portal G1, a Polícia Civil (RJ) prendeu na última terça-feira (11) quatro pessoas na chamada “Operação Seeds”, contra um esquema de emissão de falsos laudos médicos para o cultivo de maconha.

No Brasil ainda é proibido plantar maconha para uso pessoal, mas é possível obter na Justiça uma autorização (HC) para o plantio e consumo da planta para fins terapêuticos.

O grupo produzia laudos indicando que pacientes precisariam utilizar a planta para fins medicinais, mas o objetivo, na verdade, era promover a venda para obter lucro, e, de acordo com as investigações da 14ª DP, não havia qualquer enfermidade comprovada nos “clientes”.

Foram presos: o médico Adolfo Antônio Pires (Dr. Adolfo Almeida nas redes sociais), apontado como o autor das receitas falsas. O biólogo André Vicente Souza de Freitas, que mantinha a página “Pink e Cérebro Growers”, o advogado Patrick da Rosa Barreto, responsável pelos pedidos de HC na Justiça, e, Pérola Katarine de Castro, esposa de Adolfo, que cuidava da parte financeira do esquema.

O grupo oferecia um “pacotão” para conseguir o habeas corpus de cultivo. Entre os serviços, estavam a emissão do parecer, a entrada com o HC no Judiciário e, inclusive, os equipamentos necessários para o cultivo. A quadrilha cobrava até R$ 50 mil pelo esquema.

“Recebemos denúncias de pessoas que foram presas por tráfico de drogas e que procuraram os serviços do médico Adolfo para contratar a confecção de laudos médicos ideologicamente falsos”, disse a delegada Camila Lourenço.

Um levantamento na Justiça Federal no RJ encontrou 13 petições assinadas pelo advogado Patrick para o cultivo.

“Para a confecção do laudo, segundo o depoimento das testemunhas, cobraram R$ 5 mil, mais R$ 15 mil para impetração do habeas corpus. Além disso, o médico também dava os insumos necessários ao início do cultivo — sementes, fertilizantes, lâmpadas de LED”, descreveu Camila.

Todos vão responder por extorsão, associação ao tráfico de drogas e falsidade ideológica.

A Operação Seeds é um desdobramento da Operação Poseidon, em abril deste ano, contra um esquema que desviava precatórios judiciais com documentos falsos. Quatro pessoas foram presas na ocasião — uma delas era o advogado Patrick da Rosa Barreto.

“Naquela ocasião, ele foi autuado pela prática de tráfico de drogas, mas no processo criminal ele apresentou como defesa um laudo médico subscrito pelo Adolfo, alegando usar maconha para fins terapêuticos”, emendou a delegada. “Mas não havia nenhum maquinário empregado para a extração de óleo. Encontramos saquinhos para enrolação e uma balança de precisão”, detalhou.

“A partir daí, iniciamos a investigação. Recebemos denúncias de pessoas que foram presas por tráfico de drogas e que procuraram os serviços do Adolfo”, disse Camila.

Referência de texto: G1

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