O governo de Estremadura, uma comunidade autônoma da Espanha, aprovou um projeto para cultivar cânhamo na região, em conjunto com Portugal, para conservar zonas transfronteiriças de elevado valor ecológico. A iniciativa enquadra-se no Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça Inter-regional Espanha-Portugal (POCTEP) que visa promover uma indústria ambientalmente sustentável baseada em produtos que possam ser fabricados com fibras da planta de cannabis.

Este empreendimento terá um financiamento total de 1,3 milhões de euros disponibilizado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER). A iniciativa será realizada na zona EURACE, uma área de 92.500 km2 e equivalente a 16% da Península Ibérica.

O projeto denominado POCTEP BRGENEER tem como objetivo gerar novos empregos nas regiões portuguesas Centro e Alentejo e em Estremadura. A intenção é que o cânhamo seja introduzido como uma alternativa sustentável para substituir diversos materiais nocivos ao meio ambiente. Segundo o comunicado oficial do governo de Estremadura, a iniciativa visa gerar cadeias de alto valor produtivo que possam dinamizar as zonas rurais da zona de cooperação.

O cânhamo não pode ser usado apenas para aproveitar suas fibras na criação de pneus e de biocombustíveis. A planta é fitorremediadora e tem a capacidade de absorver grandes quantidades de metais pesados ​​do solo. Para ganhar dimensão, foram desenvolvidas iniciativas em Chernobyl para que a planta reduza os níveis de contaminação radioativa nos terrenos da cidade onde explodiu a central nuclear em 1986. Por esta razão, o projeto de cooperação entre Espanha e Portugal visa conservar as áreas com elevado valor ecológico, em um contexto de crise ambiental.

Referência de texto: Cáñamo / el Periódico Extremadura

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