A presença de THC no sangue não é preditiva de prejuízos no desempenho psicomotor, de acordo com dados do simulador de condução publicados na revista JAMA Network Open.

Pesquisadores afiliados à Universidade de Toronto, no Canadá, avaliaram o desempenho simulado de direção dos indivíduos no início do estudo e novamente 30 e 180 minutos após fumar cannabis. Os participantes tinham entre 65 e 79 anos de idade e fumavam maconha (potência média de 19% de THC) ad libitum (sem restrições) antes de dirigir.

Os indivíduos exibiram “pequenas mudanças na SDLP (desvio padrão no posicionamento lateral)” 30 minutos após a inalação de cannabis. Os investigadores descreveram estas alterações como menos pronunciadas do que as associadas aos condutores com um TAS (transtorno de ansiedade social) inferior a 0,05%.

Consistente com os resultados de estudos anteriores, os participantes diminuíram a velocidade após fumar e eram mais propensos a autoavaliar o seu desempenho como “prejudicado”. O uso de maconha não afetou os tempos de reação dos participantes.

O desempenho de direção simulado dos participantes retornou aos valores iniciais em três horas.

Os autores do estudo concluíram: “O objetivo do presente estudo foi investigar a associação entre cannabis e direção e níveis de THC no sangue em adultos mais velhos. (…) Não houve correlação entre a concentração de THC no sangue e SDLP (desvio padrão no posicionamento lateral) ou velocidade média. (…) A falta de correlação entre direção e THC no sangue enquadra-se nas evidências emergentes de que não existe uma relação linear entre os dois”.

Essa conclusão é consistente com numerosos estudos que relatam que, nem a detecção de THC, nem dos seus metabolitos no sangue e/ou outros fluidos corporais é preditiva de desempenho de direção prejudicada.

Referência de texto: NORML

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