Queimando mitos: 16 mitos sobre a maconha que muitos ainda acreditam

Queimando mitos: 16 mitos sobre a maconha que muitos ainda acreditam

Ainda existem muitas lendas que envolvem a maconha. No post de hoje, “queimaremos” 16 dos mitos mais comuns sobre a cannabis.

Embora alguns lugares tenham legalizado a maconha até certo ponto, e outros em breve farão o mesmo, ainda existem muitas lendas em torno desta planta. A maioria contradiz a ciência, mas os proibicionistas continuam a usá-los para sustentar seus argumentos preconceituosos.

Em contrapartida, também existem mitos excessivamente otimistas que apresentam a maconha como uma substância milagrosa com quase nenhum aspecto negativo; o que também é prejudicial para a imagem desta planta.

Queimando 16 mitos sobre a maconha

Vamos nos aprofundar em dezesseis principais mitos que cercam a maconha, levando em consideração os preconceitos que existem em ambos os lados. Assim como muitos grupos proibicionistas se dedicam a distorcer a realidade, apoiadores ferrenhos também criaram suas próprias lendas. Com a ajuda de uma abordagem imparcial, enfrentaremos os mitos mais difundidos sobre a maconha, na esperança de obter uma imagem mais transparente dessa planta.

Mito 1: “Cannabis Medicinal” é diferente de “Maconha”

“Cannabis” é o nome científico da maconha. “Maconha” é o nome popular da cannabis. A verdade é que a planta é mesma, o que muda é a finalidade do uso. O que não quer dizer que se você estiver fumando um baseado – que chamam “uso recreativo” – não estará fazendo uso terapêutico. Toda maconha contém compostos (como canabinoides, terpenos e flavonoides) que, independente da via de administração, trabalham em conjunto e causam efeitos medicinais.

Mito 2: O CBD não é psicoativo

Ao contrário do que muitos dizem (inclusive médicos e “profissionais” da maconha) o CBD é psicoativo, sim. Um produto químico é considerado psicoativo quando atua primariamente no sistema nervoso central e altera a função cerebral, resultando em alterações temporárias na percepção, humor, consciência ou comportamento. É verdade que o CBD não possui o efeito intoxicante do THC e não resulta em alterações cognitivas óbvias ou efeitos de abstinência. No entanto, o CBD atravessa a barreira hematoencefálica e afeta diretamente o sistema nervoso central, resultando em alterações de humor e percepção.

Mito 3: O uso de maconha aumenta os níveis de criminalidade

Por padrão, a proibição da cannabis transformou seu consumo, cultivo e venda em crime. Essa situação, logicamente, coloca a planta no mercado ilegal junto com outras drogas mais pesadas, como cocaína e heroína. Embora a violência do crime organizado domine esse ambiente, o uso de maconha por si só não leva ao crime; o crime é culpa da proibição.

Quando um mercado legal é estabelecido, as lojas licenciadas e tributadas ​​retiram o negócio da maconha dos comerciantes do mercado ilegal, enfraquecendo o poder do crime organizado.

Além disso, fumar maconha não aumenta a probabilidade das pessoas cometerem crimes. É verdade que muitos criminosos usam cannabis (e outras substâncias em geral), mas a correlação não implica causalidade.

Ao contrário da crença popular, a legalização da maconha não parece ter contribuído para um aumento na taxa de crimes violentos. Curiosamente, muitos proibicionistas ignoram o grande número de crimes violentos relacionados ao uso de álcool, apesar de seu status legal.

Mito 4: A maconha é uma porta de entrada para drogas mais pesadas

Todos nós já ouvimos essa frase na escola. Naquele momento em que grupos antidrogas aparecem diante de centenas de crianças para espalhar a mensagem de que “basta uma tragada em um baseado de maconha”. Embora suas intenções possam ser boas, essas organizações costumam agrupar todas as drogas, transmitindo a ideia de que, uma vez que você experimenta uma, você perde a cabeça e acaba experimentando todas as outras drogas que ver pela frente. Isso não é verdade.

Milhões de usuários de maconha em todo o mundo desfrutam da erva regularmente, sem nem mesmo pensar em drogas mais pesadas. Além disso, muitas pessoas começam a usar drogas pesadas sem experimentar primeiro a maconha. Por fim, sabemos que, antes de fumar um baseado, toda pessoa sempre tem livre acesso ao álcool e tabaco.

Mito 5: A maconha é uma droga perigosa

A alegação de que a cannabis é uma “porta de entrada” é frequentemente baseada no argumento de que, como as drogas pesadas, ela aprisiona o usuário em um ciclo de dependência. No entanto, essa planta difere marcadamente dos mecanismos de dependência de substâncias como o álcool ou a cocaína. Ao contrário dessas drogas, a maconha geralmente não causa vícios graves e sintomas de abstinência.

Mito 6: A maconha não vicia

Embora muitos usuários fumem maconha sem desenvolver dependência, é possível se tornar dependente em certas circunstâncias. Definir exatamente esse vício (dependência física ou dependência psicológica) e seu alcance é complexo; mas é uma possibilidade. Embora alguns defensores da maconha tentem negar isso, a ciência afirma que a cannabis não é uma substância perfeita e totalmente inofensiva.

Embora a maconha possa ajudar as pessoas de muitas maneiras, o transtorno por uso de cannabis é uma coisa real. Ao aumentar os níveis de dopamina e enfraquecer o sistema dopaminérgico com o uso de longo prazo, a maconha pode influenciar os centros de recompensa do cérebro e criar um ciclo de dependência.

No entanto, essa característica não é exclusiva da maconha. Segundo o médico e especialista em vícios Gabor Mate, todos os vícios estão ligados a traumas, e podem se manifestar como uso de maconha, materialismo e obsessão por todos os tipos de fatores externos. Portanto, os proibicionistas da maconha podem ter problemas para usar esse argumento como uma razão para manter a proibição.

Mito 7: É possível ter uma overdose de maconha

Todos os anos, muitas vidas são perdidas para o álcool, tabaco, cocaína, heroína e outras drogas. No entanto, ninguém morre apenas por usar maconha. Por quê? Porque os canabinoides (compostos vegetais ativos) não interagem com a zona do cérebro que regula a respiração.

Overdoses de opioides, por exemplo, ocorrem quando os receptores nos centros respiratórios do cérebro ficam sobrecarregados, criando um efeito depressivo que torna a respiração difícil e pode levar à morte. A maconha não tem o mesmo efeito, razão pela qual nenhuma morte foi registrada exclusivamente atribuída ao uso de cannabis, e a maioria das instituições considera a possibilidade muito remota.

Teoricamente, para ocorrer uma overdose de maconha, teria que fumar entre 238 e 1.113 baseados (15–70 gramas de THC puro) em um único dia, algo praticamente impossível.

Mito 8: Usuários de maconha são preguiçosos

Quem usa maconha enfrenta toda uma série de estereótipos. Além dos rótulos de “viciados” e “drogados”, ser julgado como preguiçoso é provavelmente o mais comum. É verdade que fumar maconha às vezes faz com que as pessoas prefiram deitar no sofá a sair para correr.

No entanto, muitas pessoas ativas e atléticas usam cannabis. Joe Rogan construiu um império em seu podcast enquanto estava sob efeito da erva. Michael Phelps esmagou seus concorrentes na piscina enquanto fumava um bong. Milhares de pessoas bem-sucedidas em todo o mundo consomem maconha em seu tempo livre, da mesma forma com que outras chegam em casa depois do trabalho e abrem uma garrafa de vinho para relaxar.

Mito 9: Diferença entre os efeitos de uma Indica e uma Sativa

A cultura canábica gasta muito tempo desmascarando mitos, mas as pessoas envolvidas neste setor (principalmente autointitulados “profissionais”) também podem ser vítimas de desinformação. Nas últimas décadas, qualquer pessoa com um mínimo de interesse pela maconha falava na diferença entre variedades “indicas” como relaxantes e variedades “sativas” como energéticas.

Desde então, a ciência da cannabis questionou essa ideia, que o neurologista e especialista em cannabis Dr. Ethan Russo chama de “absurda”. Essa categorização poderia ajudar os dispensários a comercializar a maconha, mas não serviria em uma analise rigorosa.

Algumas cepas indicas contêm terpenos energizantes, enquanto algumas sativas são relaxantes para a mente e o corpo. Além disso, plantas da mesma linhagem podem produzir efeitos diferentes quando cultivadas em ambientes diferentes.

No lugar de depender desta forma tão imprecisa de dividir a maconha, a investigação propõe deixar o termo “cepa” e substituí-lo por “quimiovar” (variedade química) para poder termos uma ideia mais precisa dos efeitos e diversidade química de uma planta.

Mito 10: Ressaca de maconha não existe

O debate entre usuários de álcool e maconha continua. Aqueles que defendem a erva costumam argumentar que pela manhã acordam descansados ​​e prontos para a ação. Embora isso seja verdade, fumar 10 gramas na noite anterior pode causar ressaca.

A ressaca da maconha não se compara à devastação causada pelo consumo de álcool. pode influenciar como se sentirá no dia seguinte, causando confusão mental, letargia, olhos vermelhos e dores de cabeça. No entanto, se a erva for consumida com moderação, é possível acordar em ótima forma para realizar as tarefas do dia a dia.

Tal como acontece com a ressaca de álcool, um pouco de água e comida ajudam a voltar ao normal. Mas, ao contrário do álcool, leva muito menos tempo.

Mito 11: A maconha não causa sintomas de abstinência

Embora muitos usuários experientes gostem de acreditar que a maconha não causa sintomas de abstinência, isso infelizmente não é verdade. Como as ressacas, a abstinência da maconha é uma coisa real.

No entanto, semelhante a uma ressaca, os sintomas de abstinência da cannabis são bastante leves, especialmente em comparação com os do álcool, tabaco e outras drogas.

Usuários regulares que param de fumar podem apresentar os seguintes sintomas (que podem variar de pessoa para pessoa) por algumas semanas:

  • Irritabilidade
  • Dores de cabeça
  • Distúrbios de sono
  • Sintomas como os da gripe
  • Sentimento de tristeza e ansiedade

Felizmente, não duram muito e geralmente não são graves. Se desejar aliviar esses sintomas, é melhor manter-se hidratado, fazer uma alimentação saudável, praticar exercícios e técnicas de relaxamento, como a meditação.

Mito 12: Segurar a fumaça aumenta o efeito da maconha

À medida que os amantes da maconha envelhecem, perdem essa competitividade comum entre iniciantes. Os jovens maconheiros costumam se orgulhar de dar fortes tragadas, prender a respiração por um minuto e tolerar melhor a “onda” da erva.

Quando a novidade passa, esses usuários começam a relaxar e entender que cada pessoa gosta de maconha à sua maneira. Também percebem rapidamente que não leva muito tempo para segurar a fumaça e intensificar o efeito.

Na verdade, não há estudos que apoiem ​​a ideia de que prender a respiração aumenta a quantidade de THC absorvida. Pelo contrário, é mais provável que não seja esse o caso.

Todo o THC passa imediatamente dos pulmões para o sangue. Se quiser ficar mais chapado, essa não é a melhor maneira.

Mito 13: A fome que a maconha dá não é real

Pois bem, é sim. A maconha tende a abrir o apetite porque o paladar e o olfato aumentam depois de ingerida, levando a comer mais. Assim são as coisas. Se você come muito depois que fuma, não é sua culpa. Culpe a ciência.

Mito 14: A maconha afeta mais os pulmões que o tabaco.

Sim, a maconha pode afetar os pulmões da mesma maneira que o tabaco. De fato, todos os tipos de toxinas que passam pelos pulmões podem causar doenças como o câncer. No entanto, o perigo do tabaco vai além da maconha, além da sua alta toxicidade, a quantidade de tabaco consumida é muito maior. Os fumantes consomem muito mais cigarros do que o usuário moderados de maconha. Portanto, não se trata tanto do que é melhor, e sim o quanto você fuma.

Mito 15: A maconha mata as células do cérebro

Um estudo de 2015 desmentiu a ideia de que a maconha produz mudanças radicais no cérebro de jovens que consomem maconha habitualmente. Também é verdade que são necessários mais estudos a esse respeito. Estudos também mostram que a maconha é neuroprotetora e induz a neurogênese.

Mito 16: Dirigir sob o efeito da maconha é tão ruim quanto dirigir alcoolizado

Não é verdade. Dirigir bêbado é muito pior. Não há relatos que indiquem claramente que dirigir após fumar um baseado causa tantos acidentes ou mais do que sob a influência do álcool.

Leia mais da série Queimando mitos:

Referências de texto: Royal Queen / Cáñamo

Queimando mitos: 5 estudos bizarros sobre a maconha

Queimando mitos: 5 estudos bizarros sobre a maconha

Alguns momentos em que a ciência derrapou estrondosamente ao estudar os efeitos da maconha.

O interesse científico pela cannabis continua a crescer, mas isso também significa que de tempos em tempos aparecem estudos estúpidos e inúteis que tentam correlacionar o uso de cannabis com qualquer variável, seja a favor ou contra o uso da erva. Vamos dar uma olhada em alguns dos mais loucos (e alguns realmente bizarros), classificados por seu nível de estupidez.

#5 – Maconheiros são pessoas mais ricas, felizes e bem-sucedidas

Todos nós gostamos de provar que estamos certos, é claro. É por isso que você precisa ficar atento quando um estudo diz que você é o mais bonito, feliz, rico e saudável do mundo.

Foi o que aconteceu com este estudo de uma empresa que, logicamente, se dedica ao negócio da cannabis.

Fumar maconha é um prazer e um direito para todos: ricos e pobres, altos e baixos, feios e bonitos. Essas campanhas de marketing disfarçadas de estudos para atrair a população com falsas ideias de sucesso não estão nos fazendo nenhum favor.

#4 – Pessoas inteligentes fumam maconha

Outro estudo de quem curte a erva, neste caso um pouco mais sério, encontrou uma correlação entre inteligência e uso de cannabis.

Pelo menos, neste caso, o estudo é honesto e lembra que correlação não significa causalidade, ou seja, que poderíamos estar diante de uma simples coincidência. Não se anime ainda.

#3 – A maconha afeta a maneira como você anda

Um estudo com 44 participantes (quarenta e quatro!) determinou, após um ano de análise, que havia uma variação “sutil” no passo dos fumantes de cannabis.

O estudo se desqualifica tanto pelo assunto quanto pelo tamanho da amostra, mas se encaixa na tendência de procurar até mesmo as diferenças mais bobas entre maconheiros e pessoas “normais”. Algo que ajuda muito a estigmatizar.

#2 – O esperma de maconheiros também é “chapado”

Um estudo com muito pouca credibilidade relaciona a suposta “lentidão” do esperma com o uso de maconha.

Existem estudos sérios sobre a relação entre o sistema endocanabinoide e a produção de espermatozoides, mas este não parece ser um deles.

De acordo com este estudo, o esperma “chapado” anda em círculos em vez de fazer seu trabalho. O fato de nem todos os canabinoides produzirem relaxamento parece nem ter entrado na cabeça dos autores do estudo.

A propósito, outro estudo diz que os maconheiros produzem mais esperma. Mais quantidade e menos qualidade, seria esse o resultado de fumar um baseado?

#1 – Fumar maconha faz seus seios crescerem

Este é um verdadeiro clássico: em 1972, um estudo que não foi replicado desde então estabeleceu uma relação entre o tamanho dos seios e a maconha.

O fato de um jornal da revista TIME ter encontrado uma coincidência entre fumantes de maconha e cirurgias de redução de mama só aumentou o mito.

Para nós parece uma verdadeira piada e ninguém voltou (felizmente) para estudá-la.

Referência de texto: Cáñamo

Queimando mitos: a maconha reduz o QI?

Queimando mitos: a maconha reduz o QI?

A maconha está rodeada de muitas mentiras, como aquela que diz que atordoa as pessoas. Embora haja muitas pesquisas sobre esse tópico, no post de hoje vamos dar uma olhada em algumas meta-análises e estudos com gêmeos para descobrir a possível relação causal entre a maconha e o QI.

A maconha há muito tempo é associada a um baixo QI, pois tem a reputação de emburrecer o usuário. No entanto, é um assunto extremamente complexo, e ainda não sabemos quais os efeitos que a cannabis tem sobre a inteligência. Na verdade, nem sabemos o que é exatamente inteligência. Mas a ciência está começando a mostrar que, embora haja uma ligação entre o uso de maconha e o QI, pode não ser causal.

O que é o QI?

QI, que significa Quociente de Inteligência, é uma forma quantificável de testar e medir a inteligência de uma pessoa. Para muitos, é um indicador polêmico, algo que veremos com mais detalhes em breve.

O QI é medido com o famoso teste de inteligência. Existem várias versões deste teste e algumas são conhecidas por outros nomes. No entanto, eles são atualmente bastante padronizados, testando o raciocínio abstrato, lógico e verbal, o conhecimento geral e assim por diante.

Cerca de dois terços dos participantes obtêm uma pontuação entre 85 e 115. E aproximadamente 2,5% têm um coeficiente maior que 130 ou menor que 70.

O que o QI nos diz?

O QI está longe de ser um indicador de inteligência absoluta, pois é influenciado por inúmeros fatores, dos quais muito poucos nos oferecem informações diretas sobre as funções fundamentais do cérebro de cada pessoa, mas sim sobre vários fatores físicos e ambientais inter-relacionados. Além do mais, a própria “inteligência” é um conceito impreciso, o que o torna muito difícil de medir.

Embora os testes de QI possam ser usados ​​para medir um tipo limitado de “inteligência acadêmica”, eles não nos dizem muito sobre inteligência social ou criatividade. Portanto, mesmo dando algum crédito ao QI, devemos levar em consideração nossos próprios preconceitos com relação à inteligência e os valores culturais profundamente arraigados com os quais a envolvemos.

Além disso, os tipos de habilidade cognitiva que o QI mede são altamente dependentes de fatores ambientais. Isso não significa que não mede a inteligência (não há razão para que a inteligência não possa ser uma interação sociobiológica), mas sim que carrega consigo certos preconceitos e os perpetua. Por exemplo, o QI tende a favorecer as pessoas que o criaram: homens brancos de classe média.

Estudos mostram que as diferenças nas pontuações médias para diferentes grupos raciais podem ser atribuídas a fatores socioeconômicos em vez de fatores genéticos. Na verdade, a rápida redução dessa lacuna é uma indicação clara de que as diferenças ambientais, e não as inerentes, são a causa desses resultados. O que tudo isso quer dizer? Esse QI pode ser tomado como uma medida tanto dos fatores condicionantes de uma pessoa quanto de sua inteligência.

Por que isso é importante?

É importante conhecer a história de falhas associadas ao QI, uma vez que a correlação entre o uso de maconha e um baixo QI pode depender delas. Em outras palavras, o consumo de erva está associado a um baixo QI. No entanto, em uma inspeção mais detalhada, parece que ambos os aspectos podem compartilhar causas, em vez de um ser a causa do outro.

A maconha reduz o QI?

Há muito se diz que o uso de maconha, especialmente na adolescência, diminui o QI com o tempo. Existem numerosos estudos que sustentam essa hipótese. No entanto, quando vamos um pouco mais fundo, parece que a cannabis não é a causa.

Provas de que a maconha reduz o QI

O uso de maconha durante a adolescência parece estar associado a baixo QI. Um estudo de Meier et al. analisou o QI de 1.037 participantes aos 13 anos e novamente aos 38. Entre as duas idades, essas pessoas foram entrevistadas aos 18, 21, 26, 32 e 38 anos, a fim de determinar seu consumo de maconha.

Os participantes que usaram cannabis “repetidamente” tiveram uma diminuição estatisticamente significativa no QI. Além disso, essa redução foi mais concentrada nas pessoas que começaram a usar maconha durante a adolescência. Talvez mais preocupante, também foi observado que a suspensão do uso de erva, mesmo por longos períodos de tempo, não reverteu esse declínio. Concluiu-se que a cannabis tem efeitos neurotóxicos no cérebro do adolescente em desenvolvimento.

Mais recentemente, um estudo longitudinal realizado por Power et al. descobriu que o uso repetido de cannabis durante a adolescência está associado a uma diminuição média de dois pontos de QI. Este estudo revisou 2.875 artigos e, por fim, realizou uma meta-análise de sete deles. Esses sete artigos continham 808 casos e 5308 controles. Esta é muito provavelmente a maior meta-análise longitudinal conduzida até hoje sobre os efeitos da maconha no QI.

Assim como em outros estudos, observou-se que o uso de maconha na adolescência está relacionado à redução do QI e, principalmente, às alterações do QI verbal.

No entanto, embora este estudo estabeleça uma correlação clara entre o uso de cannabis e um QI mais baixo, ele não mostra que a maconha é a causa desse declínio. Um fator importante em todas as evidências científicas é o fato de que correlação não implica causalidade.

Muitas pesquisas mostram que, embora haja uma relação entre o uso de maconha e o declínio do QI, isso não significa que a maconha seja necessariamente a causa.

Provas de que a maconha não diminui o QI

Há evidências crescentes de que o QI reduzido em usuários de cannabis tem causas anteriores a erva. E não só isso, mas também se acredita que o uso de maconha compartilha das mesmas causas; o que explicaria a forte correlação entre o que poderiam ser dois efeitos de outras causas mais difíceis de identificar.

Os estudos de gêmeos são muito úteis para identificar as causas de um fenômeno. Embora as médias possam ser obtidas de grandes populações, é difícil aplicá-las a pessoas individualmente, uma vez que é impossível saber como seriam essas mesmas pessoas em qualquer um de seus possíveis futuros.

No caso da maconha, embora seja possível afirmar que o fumante crônico X teve queda de dois pontos em seu QI e o não fumante Y não, visto que as duas pessoas são diferentes, é muito difícil determinar se a Pessoa X teria experimentado o mesmo declínio se nunca tivesse fumado.

Estudos com gêmeos idênticos ajudam a eliminar esse problema até certo ponto, pois um atua como grupo de controle para o outro. Devido às semelhanças genéticas e educacionais (o aspecto mais controverso dos estudos com gêmeos é que pequenas diferenças podem ter resultados importantes), é mais fácil isolar as causas das diferenças entre os gêmeos. No caso do uso de maconha, se um dos gêmeos usa maconha e tem QI menor que o outro, que não fuma, e isso é observado em todos os pares de gêmeos, pode-se concluir que o consumo de erva diminui QI.

Mas a pesquisa mostrou que esse não é o caso.

Um estudo longitudinal de Jackson et al. com vários pares de gêmeos, descobriu que, embora o uso de maconha possa estar relacionado a uma queda no QI, essa relação não se manteve para pares de gêmeos. Em pares de gêmeos em que um deles usou cannabis durante a adolescência e o outro não, não foram observadas diferenças significativas entre seus QIs em qualquer momento durante a investigação.

A partir disso, conclui-se que existem outros fatores, como socioeconômicos e familiares, que são responsáveis ​​pela perda de pontos de QI, e que não é devido ao uso de maconha.

Outro estudo também realizado por Meier et al., obteve os mesmos resultados. Três descobertas importantes foram feitas nele. Primeiro, aqueles que fumavam maconha já tinham QI baixo aos 12 anos, antes mesmo de começarem a fumar. Em segundo lugar, embora seu QI tenha diminuído nos anos seguintes (naqueles que usaram maconha), o declínio não foi maior do que o observado em participantes que não usaram maconha. Terceiro, as diferenças observadas entre usuários e abstêmios não foram encontradas em pares de gêmeos em que um usava cannabis e o outro não. Concluiu-se também que a dependência de cannabis e um baixo QI decorrem de outros fatores.

Deve-se notar que nenhum desses estudos afirma que um baixo QI faz com que uma pessoa fume maconha.

Conclusão: maconha e inteligência: qual a relação entre as duas?

Embora mais estudos sejam necessários, pesquisas parecem mostrar que fatores socioeconômicos e ambientais reduzem o QI e favorecem o uso repetido de cannabis durante a adolescência. Fazendo uma ligação com o início do artigo, e tendo em vista que fatores socioeconômicos têm se mostrado a causa das diferenças raciais entre os escores de QI, eles também poderiam explicar as diferenças entre quem usa maconha e quem não experimenta.

Dito isso, não devemos presumir que o consumo de maconha não afeta negativamente o QI, especialmente para aqueles que a usam quando seus cérebros ainda estão em desenvolvimento. Seria absurdo dizer que não há relação entre o uso pelo adolescente e a redução do QI, mesmo que essa relação não seja causal. Portanto, desaconselhamos o consumo de cannabis até que chegue a idade adulta.

Referência de texto: Royal Queen

Queimando mitos: os 15 principais mitos sobre a maconha

Queimando mitos: os 15 principais mitos sobre a maconha

Ainda existem muitas lendas que envolvem a maconha. No post de hoje, queimaremos 15 dos mitos mais comuns sobre a cannabis.

Embora alguns lugares tenham legalizado a maconha até certo ponto, e outros em breve farão o mesmo, ainda existem muitas lendas em torno desta planta. A maioria contradiz a ciência, mas os proibicionistas continuam a usá-los para sustentar seus argumentos preconceituosos.

Em contrapartida, também existem mitos excessivamente otimistas que apresentam a maconha como uma substância milagrosa com quase nenhum aspecto negativo; o que também é prejudicial para a imagem desta planta.

Queimando 15 mitos sobre a maconha

Vamos nos aprofundar nos quize principais mitos que cercam a maconha, levando em consideração os preconceitos que existem em ambos os lados. Assim como muitos grupos proibicionistas se dedicam a distorcer a realidade, apoiadores excessivamente otimistas também criaram suas próprias lendas. Com a ajuda de uma abordagem imparcial, enfrentaremos os mitos mais difundidos sobre a maconha, na esperança de obter uma imagem mais transparente dessa planta.

Mito 1: O CBD não é psicoativo

Ao contrário do que muitos dizem (inclusive médicos e “profissionais” da maconha) o CBD é psicoativo, sim. Um produto químico é considerado psicoativo quando atua primariamente no sistema nervoso central e altera a função cerebral, resultando em alterações temporárias na percepção, humor, consciência ou comportamento. É verdade que o CBD não possui o efeito intoxicante do THC e não resulta em alterações cognitivas óbvias ou efeitos de abstinência. No entanto, o CBD atravessa a barreira hematoencefálica e afeta diretamente o sistema nervoso central, resultando em alterações de humor e percepção.

Mito 2: O uso de maconha aumenta os níveis de criminalidade

Por padrão, a proibição da cannabis transformou seu consumo, cultivo e venda em crime. Essa situação, logicamente, coloca a planta no mercado ilegal junto com outras drogas mais pesadas, como cocaína e heroína. Embora a violência do crime organizado domine esse ambiente, o uso de maconha por si só não leva ao crime; o crime é culpa da proibição.

Quando um mercado legal é estabelecido, as lojas licenciadas e tributadas ​​retiram o negócio da maconha dos comerciantes do mercado ilegal, enfraquecendo o poder do crime organizado.

Além disso, fumar maconha não aumenta a probabilidade das pessoas cometerem crimes. É verdade que muitos criminosos usam cannabis (e outras substâncias em geral), mas a correlação não implica causalidade.

Ao contrário da crença popular, a legalização da maconha não parece ter contribuído para um aumento na taxa de crimes violentos. Curiosamente, muitos proibicionistas ignoram o grande número de crimes violentos relacionados ao uso de álcool, apesar de seu status legal.

Mito 3: A maconha é uma porta de entrada para drogas mais pesadas

Todos nós já ouvimos essa frase na escola. Naquele momento em que grupos antidrogas aparecem diante de centenas de crianças para espalhar a mensagem de que “basta uma tragada em um baseado de maconha”. Embora suas intenções possam ser boas, essas organizações costumam agrupar todas as drogas, transmitindo a ideia de que, uma vez que você experimenta uma, você perde a cabeça e acaba experimentando todas as outras drogas que ver pela frente. Isso não é verdade.

Milhões de usuários de maconha em todo o mundo desfrutam da erva regularmente, sem nem mesmo pensar em drogas mais pesadas. Além disso, muitas pessoas começam a usar drogas pesadas sem experimentar primeiro a maconha. Por fim, sabemos que, antes de fumar um baseado, toda pessoa sempre tem livre acesso ao álcool e tabaco.

Mito 4: A maconha é uma droga perigosa

A alegação de que a cannabis é uma “porta de entrada” é frequentemente baseada no argumento de que, como as drogas pesadas, ela aprisiona o usuário em um ciclo de dependência. No entanto, essa planta difere marcadamente dos mecanismos de dependência de substâncias como o álcool ou a cocaína. Ao contrário dessas drogas, a maconha geralmente não causa vícios graves e sintomas de abstinência.

Mito 5: A maconha não vicia

Embora muitos usuários fumem maconha sem desenvolver dependência, é possível se tornar dependente em certas circunstâncias. Definir exatamente esse vício (dependência física ou dependência psicológica) e seu alcance é complexo; mas é uma possibilidade. Embora alguns defensores da maconha tentem negar isso, a ciência afirma que a cannabis não é uma substância perfeita e totalmente inofensiva.

Embora a maconha possa ajudar as pessoas de muitas maneiras, o transtorno por uso de cannabis é uma coisa real. Ao aumentar os níveis de dopamina e enfraquecer o sistema dopaminérgico com o uso de longo prazo, a maconha pode influenciar os centros de recompensa do cérebro e criar um ciclo de dependência.

No entanto, essa característica não é exclusiva da maconha. Segundo o médico e especialista em vícios Gabor Mate, todos os vícios estão ligados a traumas, e podem se manifestar como uso de maconha, materialismo e obsessão por todos os tipos de fatores externos. Portanto, os proibicionistas da maconha podem ter problemas para usar esse argumento como uma razão para manter a proibição.

Mito 6: É possível ter uma overdose de maconha

Todos os anos, muitas vidas são perdidas para o álcool, tabaco, cocaína, heroína e outras drogas. No entanto, ninguém morre apenas por usar maconha. Por quê? Porque os canabinoides (compostos vegetais ativos) não interagem com a zona do cérebro que regula a respiração.

Overdoses de opioides, por exemplo, ocorrem quando os receptores nos centros respiratórios do cérebro ficam sobrecarregados, criando um efeito depressivo que torna a respiração difícil e pode levar à morte. A maconha não tem o mesmo efeito, razão pela qual nenhuma morte foi registrada exclusivamente atribuída ao uso de cannabis, e a maioria das instituições considera a possibilidade muito remota.

Teoricamente, para ocorrer uma overdose de maconha, teria que fumar entre 238 e 1.113 baseados (15–70 gramas de THC puro) em um único dia, algo praticamente impossível.

Mito 7: Usuários de maconha são preguiçosos

Quem usa maconha enfrenta toda uma série de estereótipos. Além dos rótulos de “viciados” e “drogados”, ser julgado como preguiçoso é provavelmente o mais comum. É verdade que fumar maconha às vezes faz com que as pessoas prefiram deitar no sofá a sair para correr.

No entanto, muitas pessoas ativas e atléticas usam cannabis. Joe Rogan construiu um império em seu podcast enquanto estava sob efeito da erva. Michael Phelps esmagou seus concorrentes na piscina enquanto fumava um bong. Milhares de pessoas bem-sucedidas em todo o mundo consomem maconha em seu tempo livre, da mesma forma com que outras chegam em casa depois do trabalho e abrem uma garrafa de vinho para relaxar.

Mito 8: Diferença entre os efeitos de uma Indica e uma Sativa

A cultura canábica gasta muito tempo desmascarando mitos, mas as pessoas envolvidas neste setor (principalmente autointitulados “profissionais”) também podem ser vítimas de desinformação. Nas últimas décadas, qualquer pessoa com um mínimo de interesse pela maconha falava na diferença entre variedades “indicas” como relaxantes e variedades “sativas” como energéticas.

Desde então, a ciência da cannabis questionou essa ideia, que o neurologista e especialista em cannabis Dr. Ethan Russo chama de “absurda”. Essa categorização poderia ajudar os dispensários a comercializar a maconha, mas não serviria em uma analise rigorosa.

Algumas cepas indicas contêm terpenos energizantes, enquanto algumas sativas são relaxantes para a mente e o corpo. Além disso, plantas da mesma linhagem podem produzir efeitos diferentes quando cultivadas em ambientes diferentes.

No lugar de depender desta forma tão imprecisa de dividir a maconha, a investigação propõe deixar o termo “cepa” e substituí-lo por “quimiovar” (variedade química) para poder termos uma ideia mais precisa dos efeitos e diversidade química de uma planta.

Mito 9: Ressaca de maconha não existe

O debate entre usuários de álcool e maconha continua. Aqueles que defendem a erva costumam argumentar que pela manhã acordam descansados ​​e prontos para a ação. Embora isso seja verdade, fumar 10 gramas na noite anterior pode causar ressaca.

A ressaca da maconha não se compara à devastação causada pelo consumo de álcool. pode influenciar como se sentirá no dia seguinte, causando confusão mental, letargia, olhos vermelhos e dores de cabeça. No entanto, se a erva for consumida com moderação, é possível acordar em ótima forma para realizar as tarefas do dia a dia.

Tal como acontece com a ressaca de álcool, um pouco de água e comida ajudam a voltar ao normal. Mas, ao contrário do álcool, leva muito menos tempo.

Mito 10: A maconha não causa sintomas de abstinência

Embora muitos usuários experientes gostem de acreditar que a maconha não causa sintomas de abstinência, isso infelizmente não é verdade. Como as ressacas, a abstinência da maconha é uma coisa real.

No entanto, semelhante a uma ressaca, os sintomas de abstinência da cannabis são bastante leves, especialmente em comparação com os do álcool, tabaco e outras drogas.

Usuários regulares que param de fumar podem apresentar os seguintes sintomas (que podem variar de pessoa para pessoa) por algumas semanas:

  • Irritabilidade
  • Dores de cabeça
  • Distúrbios de sono
  • Sintomas como os da gripe
  • Sentimento de tristeza e ansiedade

Felizmente, não duram muito e geralmente não são graves. Se desejar aliviar esses sintomas, é melhor manter-se hidratado, fazer uma alimentação saudável, praticar exercícios e técnicas de relaxamento, como a meditação.

Mito 11: Segurar a fumaça aumenta o efeito da maconha

À medida que os amantes da maconha envelhecem, perdem essa competitividade comum entre iniciantes. Os jovens maconheiros costumam se orgulhar de dar fortes tragadas, prender a respiração por um minuto e tolerar melhor a “onda” da erva.

Quando a novidade passa, esses usuários começam a relaxar e entender que cada pessoa gosta de maconha à sua maneira. Também percebem rapidamente que não leva muito tempo para segurar a fumaça e intensificar o efeito.

Na verdade, não há estudos que apoiem ​​a ideia de que prender a respiração aumenta a quantidade de THC absorvida. Pelo contrário, é mais provável que não seja esse o caso.

Todo o THC passa imediatamente dos pulmões para o sangue. Se quiser ficar mais chapado, essa não é a melhor maneira.

Mito 12: A fome que a maconha dá não é real

Pois bem, é sim. A maconha tende a abrir o apetite porque o paladar e o olfato aumentam depois de ingerida, levando a comer mais. Assim são as coisas. Se você come muito depois que fuma, não é sua culpa. Culpe a ciência.

Mito 13: A maconha afeta mais os pulmões que o tabaco.

Sim, a maconha pode afetar os pulmões da mesma maneira que o tabaco. De fato, todos os tipos de toxinas que passam pelos pulmões podem causar doenças como o câncer. No entanto, o perigo do tabaco vai além da maconha, além da sua alta toxicidade, a quantidade de tabaco consumida é muito maior. Os fumantes consomem muito mais cigarros do que o usuário moderados de maconha. Portanto, não se trata tanto do que é melhor, e sim o quanto você fuma.

Mito 14: A maconha mata as células do cérebro

Um estudo de 2015 desmentiu a ideia de que a maconha produz mudanças radicais no cérebro de jovens que consomem maconha habitualmente. Também é verdade que são necessários mais estudos a esse respeito. Estudos também mostram que a maconha é neuroprotetora e induz a neurogênese.

Mito 15: Dirigir sob o efeito da maconha é tão ruim quanto dirigir alcoolizado

Não é verdade. Dirigir bêbado é muito pior. Não há relatos que indiquem claramente que dirigir após fumar um baseado causa tantos acidentes ou mais do que sob a influência do álcool.

Leia mais da série Queimando mitos:

Referências de texto: Royal Queen / Cáñamo

Queimando mitos: 8 mentiras mais ditas sobre a maconha

Queimando mitos: 8 mentiras mais ditas sobre a maconha

Muitos dos argumentos a favor ou contra a legalização são apoiados por mitos infundados, meias-verdades ou declarações tortuosas.

No post de hoje, deixamos alguns desses mitos e fatos conhecidos. Nesse caso, a maconha supera o mito.

Mito: Dirigir sob o efeito da maconha é tão ruim quanto dirigir bêbado.

Fato: Não é assim. Dirigir bêbado é muito, muito pior. Não há relatos que indiquem claramente que dirigir após fumar um baseado causa tantos acidentes ou mais do que sob a influência do álcool.

Mito: A maconha mata as células do cérebro.

Fato: Um estudo de 2015 desmentiu a ideia de que a maconha produz mudanças radicais no cérebro de jovens que se habituam ao uso de maconha. Também é verdade que são necessários mais estudos a esse respeito. Estudos também mostram que a maconha é neuroprotetora e induz a neurogênese.

Mito: A maconha é a porta de entrada para outras drogas.

Fato: Este é o mito mais desmontado. Na maioria dos casos, o álcool é a droga de entrada antes do que a maconha.

Mito: O CBD não é psicoativo.

Fato: É sim. Um produto químico é considerado psicoativo quando atua primariamente no sistema nervoso central e altera a função cerebral, resultando em alterações temporárias na percepção, humor, consciência ou comportamento. O CBD não possui o efeito intoxicante do THC e não resulta em alterações cognitivas óbvias ou efeitos de abstinência. No entanto, o CBD atravessa a barreira hematoencefálica e afeta diretamente o sistema nervoso central, resultando em alterações de humor e percepção.

Mito: A maconha cura a ansiedade das pessoas

Fato: Nem todo mundo consegue usar a maconha para curar a ansiedade. Às vezes, acontece exatamente o oposto. Um estudo da Universidade Vanderbilt estudou essa situação.

Mito: você pode ter uma overdose de maconha.

Fato: Não. Você não pode. Para isso acontecer, teria que fumar entre 238 e 1.113 baseados (15–70 gramas de THC puro) em um único dia, algo praticamente impossível. É isso.

Mito: a fome que a maconha dá não é real.

Fato: Bem, é sim. A maconha tende a abrir o apetite porque o paladar e o olfato aumentam depois de ingerida, levando a comer mais. Assim são as coisas. Se você come muito depois que fuma, não é sua culpa, é da ciência.

Mito: A maconha afeta mais os pulmões que o tabaco.

Fato: Sim, a maconha pode afetar os pulmões da mesma maneira que o tabaco. De fato, todos os tipos de toxinas que passam pelos pulmões podem causar doenças como o câncer. No entanto, o perigo do tabaco está acima da maconha, além da sua toxicidade, a quantidade de tabaco consumida é maior. Os fumantes consomem muito mais cigarros do que o usuário moderados de maconha. Portanto, não se trata tanto do que é melhor, e sim o quanto fuma.

Leia mais sobre a nossa série Queimando Mitos:

Referência de pesquisa: Cáñamo
Adaptação: DaBoa Brasil

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