por DaBoa Brasil | maio 3, 2025 | Saúde
Fumar maconha e fumar tabaco parecem ter impactos diferentes na saúde pulmonar, de acordo com dados publicados no periódico Respiratory Research.
Pesquisadores afiliados à Universidade da Califórnia em Davis, nos EUA, avaliaram o impacto da fumaça do tabaco e da fumaça de maconha na saúde das vias aéreas analisando o condensado da respiração exalada (EBC, sigla em inglês) dos indivíduos.
Eles relataram que os consumidores de maconha apresentavam hálitos semelhantes aos de não fumantes. Em contraste, os fumantes de tabaco apresentavam hálitos com níveis elevados de certos biomarcadores inflamatórios.
“Os cigarros aumentam a expressão desses ácidos graxos inflamatórios, mas não observamos isso tanto com a maconha e seus derivados”, disse um dos autores do estudo. “Quando observamos as assinaturas dos fumantes de maconha, elas parecem mais com as de não usuários e não fumantes do que com as de fumantes de tabaco, e isso foi uma surpresa para nós”.
Estudos anteriores também determinaram que os consumidores de maconha são expostos a menos substâncias tóxicas nocivas em comparação àqueles que fumam cigarros de tabaco.
Numerosos estudos concluíram que a fumaça da maconha e a fumaça do tabaco não são igualmente cancerígenas. Além disso, o uso da tecnologia de vaporização, que aquece a cannabis herbácea a uma temperatura definida abaixo do ponto de combustão, está associado à redução da exposição a gases tóxicos e foi identificado como um dispositivo de administração de maconha “seguro e eficaz” em ensaios clínicos.
Referência de texto: NORML
por DaBoa Brasil | maio 1, 2025 | Ciências e tecnologia, Saúde
Pesquisadores anunciaram que identificaram com sucesso um novo canabinoide — cannabielsoxa — produzido pela planta da maconha, bem como uma série de outros compostos “relatados pela primeira vez nas flores de Cannabis sativa”.
A equipe de pesquisadores governamentais e universitários da Coreia do Sul também avaliou 11 compostos da maconha para efeitos antitumorais em células de neuroblastoma, descobrindo que sete “revelaram forte atividade inibitória”.
Os autores disseram que as descobertas representam “um passo inicial para o desenvolvimento de um produto para o tratamento do neuroblastoma”, um câncer que eles observam “ser o tumor sólido mais comum em crianças e a malignidade mais frequente no primeiro ano de vida”.
Publicado este mês na revista Pharmaceuticals, o artigo afirma que os pesquisadores utilizaram técnicas cromatográficas para isolar os compostos. Em seguida, examinaram suas estruturas moleculares e usaram um método de teste metabólico para avaliar sua toxicidade para células de neuroblastoma.
“Este estudo isolou com sucesso um novo canabinoide e seis compostos canabinoides conhecidos, juntamente com um novo composto do tipo clorina e três compostos adicionais do tipo cloro”, diz o estudo, “que foram relatados pela primeira vez nas flores de C. sativa”.
Dois dos compostos identificados pela primeira vez na maconha — o éster etílico de 13 2 -hidroxifeoforbídeo b e a ligulariafitina A — são descritos como “compostos do tipo clorina”.
Eles, juntamente com outros cinco canabinoides conhecidos — canabidiol (CBD), ácido canabidiólico (CBDA), éster metílico do ácido canabidiólico (CBDA-ME), delta-8 THC e canabicromeno (CBG) — “podem ser considerados compostos potenciais para efeitos antitumorais contra neuroblastomas”, descobriram os pesquisadores.
Os resultados das análises antitumorais “demonstraram que os compostos canabinoides tiveram efeitos inibitórios mais fortes nas células do neuroblastoma do que os compostos do tipo clorina”, observa o artigo.
No entanto, o novo canbinoide, canabielsoxa, não estava entre os compostos que os pesquisadores identificaram como potencialmente tóxicos para as células do neuroblastoma.
O estudo foi escrito por uma equipe de 14 pessoas representando agências governamentais e universidades, incluindo a Universidade Wonkwang, o Ministério Coreano de Segurança Alimentar e de Medicamentos, a Universidade Kyung Hee, a Universidade Kookmin e o Instituto Nacional de Ciências Hortícolas e Herbais.
Também neste mês, pesquisadores dos EUA publicaram o que descreveram como a “maior meta-análise já conduzida sobre a maconha e seus efeitos nos sintomas relacionados ao câncer”, encontrando “um consenso científico esmagador” sobre os efeitos terapêuticos da planta.
O estudo, publicado na revista Frontiers in Oncology, analisou dados de 10.641 estudos revisados por pares — o que, segundo os autores, representa mais de dez vezes o número da segunda maior revisão sobre o tema. Os resultados “indicam um consenso forte e crescente na comunidade científica em relação aos benefícios terapêuticos da cannabis”, afirma o estudo, “particularmente no contexto do câncer”.
Dado o que o relatório chama de um estado “disperso e heterogêneo” de pesquisa sobre o potencial terapêutico da maconha, os autores tiveram como objetivo “avaliar sistematicamente a literatura existente sobre a cannabis, com foco em seu potencial terapêutico, perfis de segurança e papel no tratamento do câncer”.
“Esperávamos controvérsia. O que encontramos foi um consenso científico avassalador”, disse o autor principal Ryan Castle, chefe de pesquisa do Whole Health Oncology Institute, em um comunicado. “Esta é uma das validações mais claras e drásticas da cannabis no tratamento do câncer que a comunidade científica já viu”.
A meta-análise “mostrou que, para cada estudo que demonstrou a ineficácia da cannabis, havia três que demonstravam sua eficácia”, afirmou o Whole Health Oncology Institute em um comunicado à imprensa. “Essa proporção de 3:1 — especialmente em um campo tão rigoroso como a pesquisa biomédica — não é apenas incomum, é extraordinária.”
O instituto acrescentou que o “nível de consenso encontrado aqui rivaliza ou excede o de muitos medicamentos aprovados pela [Food and Drug Administration]”.
Um estudo separado com pacientes de maconha em Minnesota (EUA), publicado em fevereiro, descobriu que pessoas com câncer que usaram cannabis relataram “melhoras significativas nos sintomas relacionados ao câncer”. Mas também observou que o alto custo da maconha pode ser oneroso para pacientes com menor estabilidade financeira e levantar “questões sobre a acessibilidade e o preço dessa terapia”.
No final do ano passado, o Instituto Nacional do Câncer (NCI) dos EUA estimou que entre 20% e 40% das pessoas em tratamento para câncer estão usando produtos de maconha para controlar os efeitos colaterais da doença e do tratamento associado.
“A crescente popularidade dos produtos de cannabis entre pessoas com câncer acompanhou o aumento do número de estados que legalizaram a cannabis para uso medicinal”, afirmou a agência. “Mas as pesquisas ainda não determinaram se e quais produtos de cannabis são uma forma segura ou eficaz de ajudar com os sintomas relacionados ao câncer e os efeitos colaterais do tratamento”.
Incluída na pesquisa citada na publicação do NCI estava uma série de relatórios científicos publicados na revista JNCI Monographs. Esse conjunto de 14 artigos detalhava os resultados de amplas pesquisas sobre cannabis, financiadas pelo governo federal, com pacientes com câncer de uma dúzia de centros de tratamento de câncer designados pela agência em todo o país norte-americano — inclusive em áreas onde a maconha é legal, permitida apenas para fins medicinais ou ainda proibida.
No total, pouco menos de um terço (32,9%) dos pacientes relataram o uso de cannabis, com os entrevistados relatando que usavam maconha principalmente para tratar sintomas relacionados ao câncer e ao tratamento, como dificuldade para dormir, dor e alterações de humor. Os benefícios percebidos mais comuns “foram para dor, sono, estresse e ansiedade, e efeitos colaterais do tratamento”, diz o relatório.
Separadamente, outro estudo recente, publicado na revista Discover Oncology, concluiu que uma variedade de canabinoides — incluindo delta-9 THC, CBD e canabigerol (CBG) — “apresentam potencial promissor como agentes anticancerígenos por meio de vários mecanismos”, por exemplo, limitando o crescimento e a disseminação de tumores. Os autores reconheceram que ainda existem obstáculos à incorporação da cannabis no tratamento do câncer, como barreiras regulatórias e a necessidade de determinar a dosagem ideal.
Outras pesquisas recentes sobre o possível valor terapêutico de compostos menos conhecidos na maconha descobriram que vários canabinoides menores podem ter efeitos anticancerígenos no câncer de sangue que justificam estudos mais aprofundados.
Embora a maconha seja amplamente utilizada para tratar certos sintomas do câncer e alguns efeitos colaterais do tratamento do câncer, há muito tempo há interesse nos possíveis efeitos dos canabinoides no próprio câncer.
Como constatou uma revisão bibliográfica de 2019, a maioria dos estudos foi baseada em experimentos in vitro, o que significa que não envolveram seres humanos, mas sim células cancerígenas isoladas de humanos, enquanto algumas pesquisas utilizaram camundongos. Em consonância com as descobertas mais recentes, o estudo constatou que a cannabis demonstrou potencial para retardar o crescimento de células cancerígenas e até mesmo matá-las em certos casos.
Um estudo separado descobriu que, em alguns casos, diferentes tipos de células cancerígenas que afetam a mesma parte do corpo pareciam responder de forma diferente a vários extratos de maconha.
Uma pesquisa de 2023 também descobriu que o uso de maconha estava associado à melhora cognitiva e à redução da dor entre pacientes com câncer e pessoas em quimioterapia.
Embora a maconha produza efeitos intoxicantes, e essa “euforia” inicial possa prejudicar temporariamente a cognição, os pacientes que usaram produtos de maconha de dispensários licenciados pelo estado por duas semanas começaram a relatar um pensamento mais claro, descobriu o estudo da Universidade do Colorado.
Outra pesquisa de 2023, publicada pela American Chemical Society, identificou “compostos de cannabis até então desconhecidos” que desafiaram a sabedoria convencional sobre o que realmente dá às variedades de maconha seus perfis olfativos únicos.
Em 2023, os Institutos Nacionais de Saúde dos EUA concederam a pesquisadores US$ 3,2 milhões para estudar os efeitos do uso de maconha durante o tratamento com imunoterapia para câncer, bem como se o acesso à maconha ajuda a reduzir as disparidades de saúde.
Referência de texto: Marijuana Moment
por DaBoa Brasil | abr 27, 2025 | Redução de Danos, Saúde
O estudo, publicado recentemente no Journal of Studies on Alcohol and Drugs, foi conduzido por pesquisadores da UBC Okanagan e da Thompson Rivers University, e buscou entender melhor as experiências de pacientes e funcionários com o uso de maconha supervisionado por médicos em um ambiente de recuperação favorável.
O estudo analisou experiências no Maverick Supportive Recovery, um centro de recuperação residencial no interior da Colúmbia Britânica. Os centros de recuperação residencial oferecem ambientes estruturados e acolhedores, onde as pessoas recebem tratamento e apoio para lidar com transtornos por uso de substâncias.
Os participantes relataram que a maconha os ajudou a controlar a dor, a ansiedade, a depressão e os problemas de sono, sintomas importantes que podem complicar a recuperação.
Os usuários também relataram redução na vontade de usar opioides e outras substâncias nocivas, melhor controle da dor e melhora na saúde mental e na qualidade do sono.
O Dr. Zach Walsh, professor de psicologia da UBC Okanagan e coautor do estudo, afirmou: “Nossas descobertas sugerem que a cannabis pode desempenhar um papel significativo na redução da vontade de fumar e na melhoria da retenção em programas de recuperação. Os participantes indicaram claramente benefícios no gerenciamento de desafios físicos e psicológicos durante a recuperação”.
No entanto, o estigma em torno do uso de maconha continua sendo uma barreira significativa, de acordo com a pesquisa, enquanto entrevistas com funcionários revelaram a necessidade de maior educação e melhor integração na abordagem de tratamento com a planta.
“Reduzir o estigma por meio de educação direcionada à equipe do programa é fundamental”, disse a Dra. Florriann Fehr, pesquisadora líder e professora de enfermagem na Thompson Rivers University.
“O ceticismo da equipe geralmente advém de mal-entendidos sobre a cannabis como um tratamento médico legítimo, destacando uma clara oportunidade de melhoria no suporte à recuperação”.
Embora os resultados sejam promissores, os pesquisadores enfatizam a necessidade de estudos em larga escala para avaliar completamente os benefícios e riscos da incorporação da maconha em programas de recuperação do uso de substâncias.
Este estudo foi financiado pela Coalizão de Pesquisa das Universidades do Interior e pelo Ministério da Saúde da Colúmbia Britânica.
Referência de texto: Cannabis Health
por DaBoa Brasil | abr 25, 2025 | Saúde
Pacientes diagnosticados com estresse pós-traumático em Londres, Reino Unido, apresentam benefícios significativos a longo prazo após o uso de maconha, de acordo com dados publicados no periódico Expert Review of Neurotherapeutics.
Pesquisadores britânicos avaliaram as mudanças na qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) de pacientes após o uso de produtos de maconha. 269 pacientes com estresse pós-traumático inscritos no registro de uso medicinal de cannabis do Reino Unido foram incluídos no estudo. Os sintomas dos participantes foram avaliados após 1, 3, 6, 12 e 18 meses.
De acordo com outros estudos observacionais, “melhorias significativas nos sintomas de estresse pós-traumático, ansiedade, qualidade do sono e qualidade de vida relacionada à saúde foram observadas em todos os pontos de acompanhamento”. As melhorias sintomáticas foram sustentadas durante todo o período do estudo (18 meses).
Outros estudos observacionais que avaliaram o uso de maconha entre pacientes inscritos no registro do Reino Unido relataram que eles são eficazes para aqueles diagnosticados com dor relacionada ao câncer, ansiedade, fibromialgia, doença inflamatória intestinal, distúrbios de hipermobilidade, depressão, enxaqueca, esclerose múltipla, osteoartrite e artrite inflamatória, entre outras condições.
Referência de texto: NORML
por DaBoa Brasil | abr 24, 2025 | Redução de Danos, Saúde
Quase 8 em cada 10 consumidores dizem que fumar é seu método preferido de ingestão de maconha, de acordo com dados fornecidos pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, em Atlanta, Geórgia (EUA), onde a maconha é descriminalizada desde 2019.
Pesquisadores revisaram dados sobre o uso de maconha fornecidos por mais de 138.000 entrevistados.
15% dos entrevistados relataram ter consumido maconha no último mês, enquanto 8% relataram uso diário. 69% dos consumidores admitiram fumar maconha, enquanto 41% admitiram consumir fórmulas comestíveis. Menos de 15% dos entrevistados admitiram ter usado concentrados de maconha para dabbing. Os resultados são consistentes com outros relatos de que a maioria dos consumidores fuma maconha.
Entre aqueles que relataram fumar concentrados, a maioria dos entrevistados eram jovens adultos. Entre os adultos mais velhos, menos de 5% dos entrevistados relataram o uso de concentrados.
Nos últimos anos, legisladores de vários estados dos EUA introduziram leis para recriminalizar produtos com alto teor de THC. A maioria dessas iniciativas não obteve sucesso.
Referência de texto: NORML
por DaBoa Brasil | abr 23, 2025 | Política, Redução de Danos, Saúde
Uma nova pesquisa publicada pela American Medical Association (AMA) revela que, embora a frequência do uso de maconha entre adultos no Canadá tenha aumentado ligeiramente nos anos seguintes à legalização, o uso indevido problemático de cannabis, na verdade, teve reduções modestas.
O relatório, publicado recentemente no JAMA Network Open, analisou dados de 1.428 adultos com idades entre 18 e 65 anos, que realizaram avaliações aproximadamente a cada seis meses entre setembro de 2018 e outubro de 2023.
Um objetivo principal do estudo, que foi parcialmente financiado pela agência federal Canadian Institutes of Health Research, era examinar como os padrões de consumo mudaram após a legalização da maconha para uso adulto no país, cujas vendas começaram em outubro de 2018. Os pesquisadores também queriam entender se os padrões de uso mudaram com base na frequência com que as pessoas usavam maconha antes da legalização, bem como como as preferências dos usuários pela planta mudaram.
A frequência do uso geral de maconha aumentou ligeiramente, mas significativamente, ao longo do período de cinco anos. Entre todos os participantes, a proporção média de dias de uso de cannabis aumentou 0,35% ao ano, ou 1,75% ao longo do período de estudo de cinco anos.
Pessoas que usavam maconha com mais frequência antes da legalização apresentaram as maiores quedas no consumo. Pessoas que consumiam maconha diariamente antes da legalização diminuíram a frequência de uso mais do que aquelas que usavam maconha semanalmente.
Enquanto isso, aqueles que usavam maconha uma vez por mês ou menos antes da legalização relataram ligeiros aumentos no uso.
“A frequência do uso de cannabis aumentou significativamente no geral, enquanto o uso indevido diminuiu”.
Quanto ao uso indevido, a análise usando o chamado Teste de Identificação de Transtornos por Uso de Cannabis – Revisado (CUDIT-R) mostrou uma diminuição significativa no uso indevido de maconha em geral, escreveram os autores, especialmente durante os primeiros meses da pandemia de COVID-19, de abril a outubro de 2020.
Pessoas que usavam maconha mensalmente ou menos que mensalmente antes da legalização viram suas pontuações CUDIT-R caírem significativamente, enquanto aquelas que nunca usaram maconha tiveram um ligeiro aumento, sugerindo que pelo menos algumas pessoas começaram a usar depois da legalização e então desenvolveram hábitos problemáticos.
Notavelmente, pessoas que usavam maconha semanalmente antes da legalização tiveram suas pontuações médias no CUDIT-R caindo “de acima para abaixo do ponto de corte validado do CUDIT-R, de 6, indicando uso indevido problemático de cannabis”, afirma o estudo. Isso sugere uma relação mais saudável com a maconha entre usuários ocasionais após a legalização.
Uma explicação para essa tendência pode ser a idade dos consumidores. “A aparente discrepância entre o aumento do uso de cannabis e a diminuição do uso indevido de cannabis pode ter sido motivada por usuários mais jovens”, afirma o relatório, “que normalmente transitam do uso problemático para o não problemático à medida que envelhecem”.
Quanto à forma como os padrões de uso mudaram com base na frequência de uso antes da legalização, os autores escreveram que “também é possível que a regressão à média explique parte das descobertas de interação”.
“Fundamentalmente, no entanto, esses resultados não sugerem aumento de resultados adversos para adultos que usavam cannabis ativamente antes da legalização”, disseram eles.
Em relação às preferências por produtos, o período do estudo, em geral, apresentou reduções estatisticamente significativas no uso de flores, concentrados, óleo, tinturas e tópicos. Por outro lado, foram observados aumentos no uso de comestíveis, bebidas e cartuchos de vaporizador.
“O aumento mais pronunciado foi no uso de cartuchos de óleo de cannabis ou canetas vape descartáveis”, diz o relatório, “com um aumento anual de 3,39% na prevalência entre usuários ativos de cannabis (de 18,4% antes da legalização para 33,0% em 5 anos após a legalização)”.
Os autores escreveram que, embora haja necessidade de mais estudos, os resultados sugerem consequências positivas e negativas da legalização. Do lado negativo, está o aumento observado na frequência de uso. Do lado positivo, por sua vez, estão as pontuações mais baixas para o uso indevido de maconha, bem como uma aparente “transição de produtos de cannabis combustíveis para não combustíveis”, que se entende apresentarem menores riscos à saúde.
“Do ponto de vista da saúde pública, esses resultados são mistos”, diz o relatório, “já que o aumento do uso pode ser considerado prejudicial, enquanto a diminuição do uso indevido é um resultado positivo”.
Além disso, embora os resultados tenham sido estatisticamente significativos, a equipe de pesquisa observou que “para ambos os resultados… é discutível se essas mudanças foram clinicamente significativas”.
Isso é especialmente verdadeiro no caso do uso indevido das pontuações CUDIT-R, “que diminuíram apenas 0,4 pontos em uma escala de 32 ao longo de 5 anos”, diz o estudo.
Governos e especialistas em saúde pública têm trabalhado para monitorar o comportamento do consumidor à medida que as leis sobre a maconha continuam mudando. Nos EUA, um relatório dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) analisou recentemente dados federais sobre o uso de maconha entre milhares de adultos nos EUA, descobrindo que, embora fumar maconha continue sendo a forma mais comum de consumo, métodos como comer, vaporizar e dabbing estão crescendo em popularidade.
No geral, em 2022, 15,3% dos adultos relataram uso atual de maconha, enquanto 7,9% relataram uso diário. Entre os usuários, a maioria (79,4%) relatou fumar, seguido por comer (41,6%), vaporizar (30,3%) e usar dabbing (14,6%).
Cerca de metade de todos os adultos que usaram maconha (46,7%) relataram múltiplos métodos de uso — mais comumente fumar e comer ou fumar e vaporizar.
As taxas de uso de vaporização e dabbing — assim como o uso de maconha em geral — foram maiores em adultos jovens do que na população adulta em geral.
Uma análise anterior do CDC descobriu que as taxas de uso atual de maconha, e ao longo da vida, entre estudantes do ensino médio continuaram caindo em meio ao movimento de legalização.
Outro relatório recente, publicado pela Administração de Serviços de Abuso de Substâncias e Saúde Mental (SAMHSA) dos EUA, constatou que o consumo entre menores de idade — definidos como pessoas de 12 a 20 anos — caiu ligeiramente no último ano. Apesar das mudanças metodológicas que dificultam as comparações ao longo do tempo, o relatório também sugere que o consumo entre os jovens caiu significativamente na última década.
Uma pesquisa separada descobriu recentemente que mais estadunidenses fumam maconha diariamente do que bebem álcool todos os dias — e que os consumidores de álcool são mais propensos a dizer que se beneficiariam da limitação do uso do que os consumidores de maconha.
Adultos estadunidenses que consomem álcool têm quase três vezes mais probabilidade de dizer que seria melhor reduzir o consumo da droga em comparação com consumidores de maconha que disseram que se beneficiariam se consumissem sua substância preferida com menos frequência, segundo a pesquisa. Além disso, constatou-se que, embora o consumo de álcool ao longo da vida e mensalmente entre adultos fosse muito mais comum do que o uso de cannabis, o consumo diário de maconha era ligeiramente mais popular do que o consumo diário de álcool.
Um relatório anterior publicado no Journal of Studies on Alcohol and Drugs concluiu que os danos secundários causados pelo uso de maconha são muito menos prevalentes do que os causados pelo álcool, com os entrevistados relatando danos passivos causados pelo consumo de álcool em uma taxa quase seis vezes maior do que a da maconha.
Mais um estudo de 2022 de pesquisadores da Michigan State University, publicado na revista PLOS One, descobriu que “as vendas no varejo de maconha podem ser seguidas pelo aumento da ocorrência de episódios de uso de cannabis por adultos mais velhos” em estados legais, “mas não em menores de idade que não podem comprar produtos de maconha em um ponto de venda”.
As tendências foram observadas apesar do uso adulto de maconha e certos psicodélicos atingirem “máximas históricas” em 2022, de acordo com dados separados.
Referência de texto: Marijuana Moment
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